A greve dos bancários deve se tornar insustentável a partir desta semana, alertou o coordenador do Procon-PR, Algaci Tulio. Segundo ele, com o depósito para pagamentos de pensões, FGTS, folhas de funcionários municipais, estaduais e federais, a tendência é que a situação se agrave. Ontem, fiscais do Procon-PR realizaram blitze em 44 agências bancárias de Curitiba. O objetivo era saber como está o atendimento aos clientes, principais problemas e dúvidas. A greve nacional dos bancários começou no dia 15 de setembro.
“A situação mais grave está nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, onde só o caixa eletrônico está funcionando, e não há funcionários dando informações”, apontou Algaci Tulio. Os fiscais percorreram as agências da área central da capital, Alto da XV, Juvevê, Bacacheri, Ahu e Centro Cívico, das 10h às 16h. “A partir de amanhã (hoje), a situação pode ficar gravíssima”, enfatizou. Com o objetivo de preservar os direitos do consumidor, o Procon-PR deve entrar hoje com ação civil pública, no Fórum de Curitiba. A idéia é garantir que os consumidores, terminada a greve, não sejam punidos por multas ou juros por atraso em decorrência da paralisação. “Essa medida já foi tomada no Rio de Janeiro. Procons de todo o País devem fazer o mesmo”, afirmou.
Recuo
Em Curitiba, cerca de 120 agências ficaram fechadas ontem, segundo levantamento da Fetec/PR. O secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Antônio Luiz Fermino, admitiu que paralisação apresentou ?um certo recuo? por conta dos interditos proibitórios. O HSBC, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú conseguiram interdito proibitório, impedindo a realização de protestos em frente às agências. Com exceção dos funcionários do Banco do Brasil, todos os demais estão respeitando a ordem. “Deu uma desequilibrada nos números”, afirmou Fermino, referindo-se ao total de agências que permanecem fechadas. Além da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, continuam fechadas agências do Unibanco, Santander, Safra e Boston. Sobre os números do interior, Fermino afirmou que as informações são desencontradas.
Ontem à noite, os bancários realizaram assembléia na Sociedade Thalia, em Curitiba. A posição dos cerca de mil bancários presentes foi pela continuidade da greve, com manutenção das negociações com a Fenaban.
A greve nacional dos bancários, iniciada no dia 15, atinge mais de 200 mil funcionários, segundo a CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários) da CUT.
A categoria – que tem data-base em setembro – pede 25% de aumento. Os bancos ofereceram 8,5% de reajuste e mais adicional de R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500.
