Quem precisou ir ao banco ontem voltou para casa sem realizar os serviços de que necessitava. No primeiro dia de greve dos bancários, diversas agências amanheceram com as portas fechadas e possibilitando apenas o atendimento através de caixas eletrônicos em todo o Paraná.

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Na região central de Curitiba, muitos bancos exibiam faixas anunciando a paralisação. Além disso, funcionários permaneciam em frente aos locais para dar orientações aos clientes que chegavam e não conseguiam entrar.

Na Rua Conselheiro Laurindo, por exemplo, onde funciona o centro cultural da Caixa Econômica Federal, estava sendo permitido apenas acesso ao museu, à galeria de arte e à bilheteria do teatro existente.

“Não queremos causar dificuldades no que se refere à questão cultural. Por isso, os usuários dos espaços de arte estão podendo entrar normalmente”, disse a diretora de imprensa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Sônia Boz.

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Segundo o presidente do Sindicato, Otávio Dias, a greve não visa atingir a população, mas sim pressionar os bancos para que hajam avanços nas negociações relativas a melhores salários. No último dia 17, os bancos ofereceram uma proposta de reajuste salarial de 4,5%, enquanto os bancários reivindicam o mínimo de 10%.

“A proposta dos bancos não atende aos anseios da categoria. Só no primeiro semestre deste ano, em todo território nacional, as instituições financeiras tiveram um lucro de R$ 14 bilhões.

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Em contrapartida, nesse mesmo período, cerca de 15 mil bancários perderam o emprego. Por isso, reivindicamos não apenas melhores salários, mas também manutenção dos postos de trabalho existentes e novas contratações”, afirmou.

Apesar da paralisação não ter como objetivo causar danos aos clientes dos bancos, muita gente se sentiu prejudicada com o fechamento das agências. “A greve atrapalha e muito a vida da população. Nos próximos dias, vou precisar falar com a minha gerência, fazer depósitos e saques e não sei se vou conseguir”, comentou a advogada Maísa Mendes.

Balanço

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec), Elias Hennemann Jordão, a adesão da paralisação por parte dos bancários está superando as expectativas.

“Na greve realizada no ano passado nós mobilizamos, no primeiro dia, entre 70 e 80 agências bancárias em Curitiba e região metropolitana. Este ano, foram 144, porém o Bradesco entrou com interdito proibitório nas seis agências que participaram do levante, reduzindo para 138 agências. Estamos tentando derrubar esse interdito, mas no geral foi um número bem expressivo”, revela.

Jordão acredita que hoje mais bancários devem aderir à greve em todo o Paraná e que estão chamando a todos para participar da paralisação. “O movimento nacional está bem forte e coeso. Hoje (ontem), o sindicato não estava dando conta da demanda de pedidos de material para greve. Algumas cidades do Paraná, como Toledo, Guarapuava e Arapoti, há um estado de greve, mas estou certo que eles irão se juntar nessa luta em breve”, avalia.

Em todo o Paraná, até ontem, foram 267 agências fechadas, com a participação de 12.831 bancários, o que representa 59% dos 21.850 dos trabalhadores ligados à Fetec. Curitiba e região foram os locais com maior adesão: 10.290 funcionários. A Federação Brasileira de Bancos preferiu não se manifestar ontem.