A greve nacional dos bancários, que completa hoje dez dias, provocou uma divisão na representação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). De um lado, os bancos públicos, que são os mais afetados pela paralisação, têm pressa de chegar a um acordo que atenda os anseios dos trabalhadores, enquanto os bancos privados resistem.
Só que as negociações ocorrem em uma mesa única que define as mesmas cláusulas econômicas tanto para os bancos públicos quanto para os privados. O pior para os bancos públicos é que as greves no setor costumam ser mais fortes e mais longas. Uma das explicações para o fenômeno é que, no setor privado, os dias parados são descontados dos salários e o medo do desemprego é mais presente. Já os servidores públicos têm estabilidade e os dias parados acabam sendo compensados.
Em São Paulo, onde existe a maior concentração de bancos privados do País, 54% das 667 agências bancárias fechadas ontem pela greve são de bancos públicos – basicamente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Em outras regiões, a greve nos bancos públicos é ainda mais forte. “É nos bancos públicos que se encontra a mola propulsora do movimento”, comentou um executivo de um banco privado, que preferiu não ser identificado.
A força da greve mais concentrada em apenas dois bancos públicos causa estragos na imagem dessas instituições. Em algumas regiões, principalmente no Norte e Nordeste, existem apenas agências da Caixa e do BB. A preocupação é tamanha que representantes desses bancos aproveitaram reunião da diretoria da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) esta semana para se queixarem que a greve está muito forte e pedir uma solução rápida para o problema. AS informações são do jornal O Estado de S. Paulo.