Durou apenas um dia a greve por tempo indeterminado iniciada ontem pelos técnicos da Receita Federal. Em assembléia no final da tarde, os servidores concordaram em retornar ao trabalho na manhã de hoje, esperando o prazo de dez dias pedido pelo secretário da Receita, Jorge Rachid, para continuidade das negociações. “Não temos motivos para radicalizar e prejudicar a população”, justificou o delegado sindical em Curitiba do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita), João Caputto e Oliveira.
A categoria, que chega a mais de sete mil servidores no País – 580 no Paraná – reivindica um plano de reestruturação na fiscalização tributária, fortalecimento da carreira e reposição salarial. Com a greve dos técnicos, diversos serviços, como emissão de documentos e regularização de débitos, ficaram prejudicados ontem.
Segundo Oliveira, o governo havia prometido entregar um plano para reestruturação da Receita, mas isso ainda não aconteceu. O principal problema, diz o sindicalista, é que os servidores exercem funções muito além do cargo e sem ganhar nada a mais por isso.
Na questão salarial, os técnicos estão reivindicando uma equiparação com a carreira de agentes da Polícia Federal, que representaria um reajuste de 85%. O salário base de um técnico é R$ 2,4 mil, enquanto o agente recebe R$ 4,1 mil. O governo já acenou com uma proposta de gratificação de 45%, que não seria incorporado aos salários e não atingiria os aposentados.
Atendimento
O atendimento ao público em Curitiba, no primeiro dia de greve, não chegou a ser totalmente afetado, segundo o delegado da Receita Federal, na capital, Vergílio Concetta. Em média, duas mil pessoas são atendidas diariamente nas duas agências da Receita Federal da capital.
