O primeiro dia da greve dos petroleiros, ontem, terminou em Curitiba com uma reunião entre grevistas e a Petrobras, intermediada pelo Ministério Público do Trabalho, na qual não houve acordo.
Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, o movimento começou à meia-noite, com uma tentativa frustrada dos trabalhadores de assumir o controle da produção.
Tanto os funcionários como a Petrobras garantem que a paralisação não afetará a produção e distribuição de combustíveis. A greve deve seguir ao menos até a próxima sexta-feira (27), em refinarias por todo o País.
No início da manhã, na Repar, os grevistas organizaram uma manifestação em frente à unidade, seguida de uma reunião com a diretoria da Petrobras. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR) chegou a acusar a empresa de cárcere privado, por não liberar os cerca de 80 funcionários do turno que fechava às 23h30 e também impedir a entrada dos empregados do turno seguinte.
De acordo com a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 9.ª Região, Eliane Lucina, que mediou a reunião da tarde de ontem, a Petrobras admitiu estar mantendo funcionários dentro da refinaria desde o início da greve, e fiscais do Ministério do Trabalho também constataram a situação e emitiram um auto de infração contra a empresa.
Os motivos seriam o fato do sindicato impedir os funcionários do turno seguinte entrarem na unidade, bem como o receio de que o local fosse invadido pelos grevistas.
Numero mínimo
Hoje, a Petrobras tem prazo até as 9h para informar qual o contingente mínimo necessário para que a refinaria mantenha as principais operações. Conforme Lucina, o MPT poderá tomar providências caso a empresa continue impedindo a saída de funcionários, bem como se não houver acordo em relação ao mínimo operacional.
Conforme o sindicalista Anselmo Ruoso Júnior, do Sindipetro-PR, uma das intenções dos petroleiros, durante a greve, é de reduzir a jornada de trabalho na Repar, que produz 35 mil metros cúbicos de petróleo por dia. Mesmo assim, o próprio sindicato garante que preservará “todas as necessidades da população quanto à produção e transporte de petróleo e gás”.
Nacional
Os petroleiros de todo o Brasil começaram a entrar em greve desde o fim de semana, mas a maioria paralisou as atividades a partir da zero hora desta segunda-feira, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Entre outros pedidos, os grevistas reivindicam melhor segurança no trabalho, garantia dos postos de trabalho nas empresas contratadas e ao extra-turno, além de um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).