Greve de médicos no INSS atrasa benefícios

Hoje completa 28 dias a greve dos médicos responsáveis pela perícia no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Quem já estava recebendo os benefícios não enfrenta nenhum problema, já que o dinheiro não vai ser bloqueado mesmo sem a consulta ter sido realizada. O direito está garantido até fevereiro, data em que devem recomeçar as consultas. A maior dificuldade é para as pessoas que estão dando entrada nos documentos. O tempo de espera aumentou em pelo menos 15 dias.

A chefe de divisão de benefícios da agência executiva em Curitiba, Silvana Duleba, comenta que cerca de 500 perícias eram realizadas por dia nas 10 agências de Curitiba. Geralmente as pessoas que dão entrada nos papéis aguardam um prazo de 15 dias para primeira perícia, que dá direito ao benefício, e mais 20 dias para começar a receber. Mas agora o prazo se estendeu em pelo menos 15 dias para que a primeira consulta seja realizada, já que as pessoas estão sendo encaminhadas para médicos credenciados. Na capital são 22, que atendem diariamente 264 pessoas.

Lesiana Garcia Vilhena Silva, 21 anos, sabe que vai ter uma virada de ano difícil. Há 15 dias ela está afastada do trabalho, teve reumatismo e depressão. O marido está desempregado e ela mora de favor. Os dias a mais que vai ter que esperar vão fazer uma grande diferença, já que ela tem que comprar quatro tipos de remédios, pagar contas de água, luz e ainda comprar comida. ?Só um dos remédios custa R$ 80,00?, reclama.

Janaína Genovezia, 18 anos, soube da greve pela televisão. ?Não sei se vou ser atendida?, disse. Ela está preocupada porque ajuda no orçamento doméstico. ?Vai faltar dinheiro em casa.?

Por outro lado, quem não precisa mais do benefício vai continuar ganhando. Cleverson Martins de Oliveira, 23 anos, vai receber o salário até fevereiro, mesmo já estando bom para o trabalho. ?Era hoje (ontem) a minha consulta. Acho que já estou bom para trabalhar, mas o meu chefe disse que não posso voltar enquanto não for liberado?, comenta.

Fim da greve

O presidente da Associação Paranaense de Médicos Peritos, médico Chil Punszpern, espera que nos primeiros dias de janeiro o impasse seja resolvido. A categoria reivindica a implantação de um plano de carreira e que seja realizado concurso público. Hoje o quadro conta com 4 mil médicos credenciados no país. ?É muita gente de fora realizando um serviço tão importante. O trabalho tem ficado a desejar?, explica.

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