continua após a publicidade

Foto:Silvio Vera/Jornal do Iguaçu

Caminhões já fazem fila para atravessar a fronteira.

A retomada da greve dos fiscais federais agropecuários completa, hoje, uma semana. Para quem depende do trabalho dos servidores do Ministério da Agricultura sete dias já são suficientes para aparecerem as conseqüências, inclusive de prejuízos. Os fiscais continuam sem respostas; as cargas começam a acumular, e as empresas já estão sentindo.

De acordo com o departamento aduaneiro da Estação Aduaneira de Interior (Eadi) Sul, de Foz do Iguaçu, a semana começou com o pátio com uma média maior de veículos parados. A maior parte das cargas de importação e exportação têm que passar pela vistoria dos fiscais. Porém, como estes não estão operando 100%, e as cargas não param de chegar, o serviço está se acumulando. O departamento ainda não sabia informar quantos caminhões estavam parados. No entanto, informou que, na primeira paralisação deste ano, chegou a acumular mais de 500 caminhões.

De acordo com o presidente da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Paraná (Affama-PR), Clemente Martins, mesmo em greve os fiscais atendem 30% da demanda, priorizando as cargas perecíveis, tanto nos portos, aeroportos, Eadis e postos de fiscalização. Sobre a situação de Foz dos Iguaçu, ele afirma que pode chegar a mil o número de caminhões parados, não apenas no pátio da Eadi Sul, como também nos postos de combustíveis e nas filas. ?Tem quase dois quilômetros de fila de caminhões aguardando para entrar. Esse represamento é reflexo da paralisação?, completa.

continua após a publicidade

Caminhões e cargas paradas significam prejuízo não apenas para as empresas, mas também para transportadoras. O diretor executivo da Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, reclama que com a greve dos fiscais os prazos de entregas das cargas estão sendo atrasados, o que pode acarretar multa por não cumprimento de contratos ou até a perda dos mesmos e algumas cargas perecíveis já estão sendo perdidas. ?A situação não pode ficar como está. Isso causa prejuízo tremendo para todo o segmento. É preciso uma solução rápida?, conclui.

O Porto de Paranaguá e o Aeroporto Afonso Pena não confirmaram os reflexos da greve dos fiscais agropecuários.

Negociações

continua após a publicidade

Segundo o representante dos fiscais federais agropecuários no Paraná, a categoria reivindica a reestruturação remuneratória, uma tabela que contemple valores do início ao fim da carreira; uma escola de aperfeiçoamento dos fiscais, e a contratação de novos fiscais. Clemente afirma que ainda não houve avanço nas negociações com o ministério. Porém, algo de novo deve sair ainda esta semana.