Greve de bancários atinge Curitiba e interior

A greve de 24 horas promovida ontem pelos bancários atingiu cerca de 80 pontos em Curitiba – entre agências e centros administrativos -, além de várias agências bancárias no interior do Estado. Em nível nacional, um levantamento preliminar mostrou que a paralisação atingiu 23 estados e o Distrito Federal; apenas Tocantins, Amazonas e Goiás ficaram fora da mobilização, segundo balanço da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), ligado à Central Única dos Trabalhadores. A categoria pede aumento real de 7,05% no salário.  

?A adesão foi muito grande. Só em Curitiba, foram cerca de 80 pontos fechados?, afirmou o presidente em exercício do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, José Paulo Staub. Na capital, a concentração dos bancários iniciou às 6h30, na Praça Carlos Gomes, centro da cidade. De lá, os trabalhadores seguiram para diferentes agências, munidos de faixas e cartazes. ?Fechamos grandes prédios, como o do HSBC, prédio administrativo da Caixa?, contou. Segundo Staub, a manifestação foi pacífica, sem o registro de incidentes. ?Não houve atritos, nenhum bancário forçou a entrada. Eles entenderam que reajuste zero não há como aceitar.? A estimativa, segundo o Sindicato dos Bancários, é que cerca de 5 mil bancários tenham aderido à paralisação apenas na capital.

Conforme Staub, membros do sindicato conversaram com os responsáveis pelas agências para que eles não recorressem aos interditos proibitórios – recursos judiciais que proíbem os bancários de fecharem as agências. ?Nós queríamos fazer uma mobilização pacífica. Com o interdito, a polícia seria chamada, poderia haver confronto?, explicou.

De acordo com o levantamento realizado pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-PR), praticamente todas as agências da Caixa Econômica Federal ficaram fechadas ontem em Curitiba, além de mais de 25 agências de bancos privados, localizadas apenas no centro de Curitiba. Não houve expediente nos dois prédios administrativos da Caixa Econômica Federal, prédio administrativo do Banco do Brasil, agência central e administração do Bradesco, Centro de Atendimento do Banco do Brasil em São José dos Pinhais, Palácio Avenida do HSBC e Centro de Processamento do Itaú (prédio João Negrão).

A mobilização atingiu também cidades do interior, como Apucarana, onde 18 agências bancárias não abriram as portas; Toledo, com a adesão em todas as agências da cidade, assim como em Palotina; Londrina (25 agências do centro ficaram fechadas), além de Campo Mourão, Paranavaí e outras. Em Umuarama, os bancários retardaram a abertura de todas as agências em uma hora.

Negociação

A expectativa agora é quanto à nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), marcada para hoje, em São Paulo. A expectativa é que os banqueiros finalmente façam uma proposta de reajuste salarial. As reuniões para discutir o assunto começaram no dia 10 de agosto e envolveram cinco rodadas de conversação, sem sucesso.

Os bancários pedem, entre outros itens, a reposição integral da inflação acumulada nos últimos 12 meses (2,85%), aumento real de 7,05% e melhoria da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) – 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. Já a Fenaban propôs índice zero de reajuste salarial para este e os dois próximos anos.

?Estamos apostando muito nesta negociação de amanhã (hoje). Dependendo do resultado, o Comando Nacional vai se reunir e colocar a proposta em assembléia ou definir um novo calendário de mobilização?, arrematou Staub. 

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