Foto: Allan Costa Pinto

Assembléia de ontem.

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A Caixa Econômica Federal (CEF) entrou ontem com dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) contra a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Contec), pedindo que seja declarada a abusividade da greve dos funcionários, que começou na última quarta-feira. Uma audiência de conciliação e instrução está marcada para hoje, às 14h, em Brasília.

De acordo com o TST, a diretoria da CEF alega o descumprimento da Lei de Greve (n.º 7.783/99), como ausência de comunicação prévia, falta de quórum nas assembléias que deliberaram pela paralisação, tentativa dos grevistas de impedir o acesso dos trabalhadores que não aderiram ao movimento às dependências da empresa e a não-manutenção dos serviços essenciais. A diretoria da CEF afirmou ao TST ter apresentado a melhor proposta dentro das suas condições, aumentando de 50% para 70% o adiantamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Em assembléia, mais de 270 funcionários decidiram pela manutenção da greve ontem, em Curitiba, contra seis abstenções e três votos contrários. ?A resistência da Caixa em apresentar uma proposta contundente motivou a categoria a se manter coesa?, declarou a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile.

Auto-atendimento

Indignação era o sentimento predominante dos clientes e usuários da CEF que tentaram utilizar os caixas eletrônicos de Curitiba, ontem. Alguns caixas ainda funcionavam de forma reduzida, como na agência da Praça Carlos Gomes. Sem a manutenção dos caixas eletrônicos pelos funcionários, outras agências estavam com todos os caixas eletrônicos desligados.

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Raimundo Correa veio de Pinhais tentar utilizar o caixa eletrônico. Perdeu a tarde de trabalho e voltou frustrado. ?Entendo que a greve é direito do funcionário, mas a empresa deveria possuir meios de defender o cidadão e garantir o atendimento?, reclamou, ao sair da agência da Avenida Marechal Deodoro, cruzamento com a Travessa da Lapa.

Lotéricas

Em função da greve, além do movimento maior típico do começo de mês, as filas nas casas lotéricas aumentaram consideravelmente. A constatação é do dono de duas lotéricas na capital, Auxílio Suguimoto. ?O movimento dobrou nos últimos dias, principalmente com as pessoas procurando receber aposentadoria e benefícios, como o Bolsa Família?, disse. O sindicato estima que quase 2.500 funcionários tenham aderido ao movimento em todo o Estado e a agência no município de Prudentópolis, região central, seria a única aberta no Paraná.

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