Vinte mil servidores públicos, vindos em caravanas de várias partes do País, devem participar hoje em Brasília de um ato público contra a reforma da Previdência. De Curitiba, seguiram três ônibus com participantes do Fórum Paranaense de Defesa da Previdência Pública, que integra professores e servidores das universidades, auditores fiscais, servidores da Previdência, saúde e seguridade, entre outras categorias.
“Se não houver uma contra-ofensiva, há o risco de passar essa proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, que é muito prejudicial aos servidores”, diz o presidente da delegacia do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) em Curitiba, Norberto Sampaio. Os auditores fiscais da Receita Federal programaram para hoje e amanhã a quarta paralisação do ano. No Paraná, há cerca de 700 auditores, sendo 240 somente em Curitiba e Região Metropolitana.
Sampaio informa que a greve de 48 horas iniciada hoje vai afetar os serviços prestados pela categoria em todos os locais alfandegados do Estado. “Vamos aumentar o rigor na fiscalização nas pontes da Amizade e Tancredo Neves, na fronteira com Foz de Iguaçu, e no desembaraço aduaneiro no Aeroporto Internacional Afonso Pena e no depósito da Estação Aduaneira do Interior. Com os fiscais parados, as empresas não terão como retirar mercadorias”, explica. Na aduana de Foz do Iguaçu, será feita operação-padrão. Somente será liberado o trânsito de caminhões carregados com perecíveis, combustíveis, animais vivos e medicamentos.
Em Curitiba, a paralisação vai atingir também o trabalho da inspetoria, área responsável pelo controle de tributos. “O plantão fiscal pára”, alerta Sampaio. No Aeroporto Afonso Pena, será aumentada a amostra da bagagem de passageiros vindos de vôos internacionais. A expectativa é conseguir a adesão de pelo menos 50% dos fiscais. Amanhã, em assembléia, os auditores votarão a proposta de greve por tempo indeterminado a partir do dia 18.