Foto: Arquivo |
Terminal já ficou um dia sem movimentação de cargas. continua após a publicidade |
O impasse gerado pela suspensão dos repasses feitos ao fundo social dos trabalhadores do Porto de Paranaguá, que paralisou os terminais na última segunda-feira, ainda não foi solucionado. De acordo com o Sindicato dos Estivadores de Paranaguá (Sindestiva), não houve acordo e os operadores portuários, através do seu sindicato, o Sindop, convocaram uma reunião ontem à tarde para anunciar a decisão de não retomar o pagamento do benefício.
Em assembléia realizada ontem, os filiados do Sindestiva decidiram dar mais três dias para que uma comissão, criada pelo governo do Estado, tente sensibilizar o sindicato patronal. Composta por integrantes do próprio governo, da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a comissão foi formada a partir de uma reunião, feita na manhã de ontem, entre representantes dos sindicatos que atuam no Porto de Paranaguá e o governador Roberto Requião.
Trabalhadores
?Decidimos dar até sexta-feira para que eles (a comissão) tentem resolver o problema. Caso isto não aconteça, segunda iniciamos a greve?, afirmou o secretário-geral do Sindestiva, Nesias Paulino de França. Segundo ele, o dinheiro do fundo social, equivalente a 1,5% do valor do Montante de Mão de Obra (MMO) pago pelos operadores, já começa a fazer falta. ?Parece um valor irrisório, mas que financiava nossa assistência social?, disse. Suspenso há mais de 40 dias, o repasse sustentava os serviços médicos e odontológicos fornecidos aos trabalhadores e seus dependentes. ?A clínica está aberta, mas as consultas externas estão suspensas. As viagens para Curitiba de pessoas que precisam fazer hemodiálise e fisioterapia também foram canceladas?, explicou.
Operadores
Em nota publicada em seu site, o Sindop informou que a suspensão nos repasses foi acordada pelos operadores em três assembléias gerais. Segundo o sindicato patronal, o fundo social foi acertado entre trabalhadores e operadores em 1997, com suspensão prevista para 1998, sendo subsequentemente renovado em Convenção Coletiva de Trabalho até a decisão pelo seu término. ?Ao longo destes anos foram repassados ao sindicato R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), que esperamos tenha cumprido a sua função social, uma vez que nunca foi prestado contas de maneira pública da utilização destes recursos?, diz o texto. A nota se encerra dizendo que o Sindop está disposto a negociar com os trabalhadores outras formas de benefício e que acredita na negociação como melhor forma para solução de conflitos. Procurado ontem para mais esclarecimentos, o presidente do Sindop, Edson Aguiar, não foi encontrado.