Greve ameaça exportações do Estado

A greve nacional dos fiscais federais agropecuários, prevista para iniciar na próxima segunda-feira (15), coloca em risco o agronegócio paranaense, principalmente as exportações de soja e carnes. Entidades de classe do segmento de carne – que em 2003 foi responsável por US$ 4 bilhões de exportações – já manifestaram a preocupação ao presidente Lula, em documento encaminhado no começo do mês. Entre os principais prejuízos apontados, estão: quebras contratuais devido ao não-cumprimento dos prazos de entrega da mercadoria a ser exportada, o desequilíbrio nas programações de abate e produção nos frigoríficos e a perda de importantes mercados em momento de expansão.

Os fiscais agropecuários se sentem prejudicados com a medida provisória baixada no ano de 2000, “onde tiveram remuneração inferior às carreiras que certamente não desenvolvem em igual ou maior complexidade”, justifica a Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Paraná (Affama-PR). A categoria também reivindica uma revisão na estrutura organizacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo o presidente da Affama-PR, Hugo Caruso, “os fiscais federais agropecuários antevêem a possibilidade de colapso no sistema de fiscalização agropecuária, já que trabalham com um quadro de profissionais bastante reduzindo (2.670 em todo Brasil e destes 250 no Paraná), quando o quantitativo seria de 4.500 fiscais, isso sem levar em conta que no próximo ano, aproximadamente 1.600 desses profissionais teriam condições plena de se aposentar”.

Embora reconheça o empenho pessoal do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em resolver o problema, Caruso ressalta que a questão está na esfera do Ministério do Planejamento.

Nos postos de fronteira, os fiscais federais agropecuários são responsáveis pela proteção das atividades agropecuárias contra a introdução de pragas e doenças exóticas. A paralisação das atividades desses profissionais deixa o País frágil para enfermidades em lavouras e rebanhos. Os exemplos mais recentes de riscos na atividade agropecuária são a doença da vaca louca, surgida nos Estados Unidos e a gripe do frango, no países asiáticos.

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