O ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, José Gregori, que foi o coordenador financeiro da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República, disse que a insistência do governo federal em aprovar a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para alterar os parâmetros da meta de superávit fiscal prejudica a credibilidade econômica que a presidente da República “tanto busca” nesse período pós-eleitoral.
Destacando que Dilma Rousseff é uma pessoa que merece seu respeito, Gregori disse que a questão orçamentária envolve “contas gigantescas e detalhes mínimos”, mas que é essencial para a confiança internacional na economia brasileira.
“Na hora que você começa a mexer nos números, arrumando artifícios, mesmo que contabilmente você consiga atingir o que você pretende, do outro lado, da confiança e da credibilidade, você reduz tudo a quase zero. Dilma merece meu respeito pessoal, mas ela precisa é de confiança. Por isso, insistir nessa modificação implicará prejuízo dessa confiança, do capital que realmente ela necessita”, disse o ex-ministro ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Ele preferiu não falar diretamente sobre a estratégia da oposição em tentar barrar a matéria ou da declaração do senador Aécio Neves (PSDB-MG), sobre um eventual processo de impeachment contra a presidente.
Gregori compareceu à missa de sétimo dia do também ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Apesar de Thomaz Bastos ter sido ministro no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, os dois tinham uma proximidade pessoal de longa data, desde quando foram colegas de faculdade na USP.