Grécia quer aumentar cortes de gastos e impostos

O governo da Grécia prepara uma série de novos aumentos de impostos e cortes de gastos para cumprir as metas para o déficit de 2011 estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (UE). Dois funcionários do alto escalão do governo, que pediram anonimato, afirmaram que o pacote será apresentado ao Parlamento grego em novembro. Como parte do acordo para o acesso aos 110 bilhões de euros do FMI e da UE, o governo grego concordou em levantar mais 9,1 bilhões de euros no próximo ano. Cerca de 2,5 bilhões de euros serão obtidos com medidas já impostas este ano. O governo pretende gerar outros 5 bilhões de euros com novos impostos e o restante com cortes de gastos que não foram especificados.

“A receita extra é imperativa se quisermos cortar nosso déficit do orçamento para 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, como prometemos”, afirmou um funcionário que tem conhecimento dos planos que estão sendo delineados pelo governo. Atualmente, o déficit orçamentário da Grécia está em 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de quatro vezes o limite da UE, de 3%. O governo já anunciou medidas de austeridade, como aumentos de impostos e cortes em aposentadorias e salários do setor público. As decisões levaram a Grécia a mais recessão e o desemprego atingiu 12%. Medidas de para o aumento de receitas e cortes de gastos públicos podem aprofundar e prolongar a recessão.

Os funcionários dizem que os planos até agora propõem impostos de valor agregado mais altos em certos bens e serviços do varejo, como entretenimento, hotéis e restaurantes. Os impostos ambientais ou “verdes” podem ser cobrados na forma de taxas mais altas no registro de automóveis, proporcionais ao tamanho do motor e às emissões.

Estes funcionários afirmaram que o governo também considera aumentar as chamadas avaliações objetivas de imóveis, que são valores estabelecidos pelo governo sobre propriedades, já que muitos compradores declaram quantias mais baixas para reduzir impostos. Há também a possibilidade de um imposto extraordinário sobre companhias altamente lucrativas, além de obtenção de receita extra com novas licenças de jogos de azar, tarifação sobre aluguel de carros e mais impostos sobre produtos de luxo, segundo as fontes.

O congelamento de aposentadorias e salários pode se estender no próximo ano, as pensões altas podem ser cortadas e há planos para substituir apenas 20% dos funcionários do setor público que estão se aposentando. O governo espera que as medidas sejam convincentes para investidores e que resultem em custos menores para a tomada de empréstimos. “Estamos nos concentrando nas medidas acordadas com o FMI e a UE e esperamos que nossos esforços sejam reconhecidos pelos mercados”, afirmou um dos funcionários. “Em 2011, temos de emitir pouco menos de 5 bilhões de euros em dívidas de longo prazo. Este será o grande teste”, acrescentou.

Desde que o pacote de resgate foi assinado em maio, a Grécia retornou aos mercados de bônus apenas uma vez, com um leilão de títulos do tesouro de 13 e 26 semanas, realizado em julho, como parte de sua rolagem trimestral de notas. “Admito que será um grande esforço para convencer os mercados de que sairemos desta crise ilesos. Estamos fazendo tudo o que podemos”, afirmou o funcionário. As informações são da Dow Jones.

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