A Grécia pretende iniciar discussões com os credores internacionais sobre a renegociação dos seus débitos, com o objetivo de tornar a dívida bruta do país sustentável, ao mesmo tempo em que trabalha para implementar até abril as medidas de ajuste acordadas nesta semana, afirmou o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis.
Em entrevista à agência Associated Press, Varoufakis também disse que Atenas vai priorizar o pagamento dos débitos com o Fundo Monetário Internacional (FMI), alguns dos quais vencem em março, mas que os reembolsos ao Banco Central Europeu (BCE) estão em uma “associação distinta” e que ainda é necessário discutir o caso com os credores do país.
“É claro que vamos priorizar os reembolsos ao FMI. Não seremos o primeiro país a não cumprir as nossas obrigações com o Fundo. Vamos espremer sangue de pedra para fazê-lo”, disse Varoufakis. “No entanto, os pagamentos ao BCE estão em uma associação distinta e teremos de determinar isso em discussão com os nossos parceiros e as instituições credoras.”
Em março, a Grécia terá de pagar ao FMI cerca de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,69 bilhão). Ao BCE, o país terá de reembolsar 6,7 bilhões de euros (US$ 7,5 bilhões) no verão, que no hemisfério norte tem início em junho. Mas o país está enfrentando uma crise de liquidez em meio aos esforços para amortizar a dívida.
O governo grego não vai pedir um atraso no pagamento da dívida com o BCE, ressalvou o ministro, mas sim vai discutir um plano para suavizar os reembolsos. “Eu não acredito que o BCE iria aceitar um atraso no pagamento, mas o que podemos fazer é chegar a um acordo para que os reembolsos sejam razoavelmente factíveis”, afirmou.
Na terça-feira, a Grécia acertou com seus credores internacionais a extensão de quatro meses para o programa de resgate de 240 bilhões de euros. Em troca, o governo, liderado pelo partido esquerdista Syriza, prometeu uma série de reformas orçamentais até o final de abril. As medidas, porém, ainda não contêm detalhes. Fonte: Associated Press.