A Grécia e seus credores vão começar a elaborar uma lista definitiva das revisões de política e cortes no orçamento do governo, que Atenas terá que implementar em troca da continuidade da ajuda financeira, disse uma autoridade do governo grego.
As equipes técnicas da Grécia e seus credores internacionais retomaram as negociações em Bruxelas nesta quarta-feira em uma tentativa de acabar com o impasse nas suas negociações.
“Haverá uma comunicação constante entre o primeiro-ministro grego e os líderes dos países credores, a fim de facilitar um acordo”, disse a autoridade.
As negociações devem continuar até o final da semana. Uma reunião entre chefes do ministério de Finanças da zona do euro está prevista para esta quinta-feira.
A Grécia tem estado sob pressão para chegar a um acordo sobre as revisões econômicas com seus credores para desbloquear um novo financiamento antes do vencimento de suas dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Acredita-se que o governo de Atenas tenha dinheiro suficiente para pagar o empréstimo de 300 milhões de euros para o FMI no dia 5 de junho, mas provavelmente não terá para pagar mais três reembolsos devidos até o meio de junho.
Atenas vem mantendo negociações com seus credores internacionais por semanas, mas ainda há insatisfação com as reformas econômicas, com diferenças significativas em relação às pensões, privatização, direito do trabalho e austeridade fiscal.
De acordo com a autoridade, o desacordo entre as instituições europeias e o FMI continua a ser um problema, acrescentando que, se a aprovação pelo FMI não fosse necessária, “o acordo poderia ser fechado agora”.
A autoridade disse ainda que, embora a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) queiram um acordo até o final do mês, as autoridades do FMI insistem que deve haver um acordo global sobre a lista de revisões econômicas e não um negócio “rápido e sujo”.
No entanto, autoridades União Europeia (UE) também têm insistido que um pacote de políticas abrangentes é a chave para assegurar um acordo, o que permitiria o financiamento a fluir, inicialmente sob a forma de uma autorização por parte do BCE para a Grécia vender mais dívida de curto prazo para seus bancos. Sem um acordo, os credores da Grécia não serão capaz de desbloquear quaisquer desembolsos de ajuda, dizem as autoridades.
“Os depósitos em bancos gregos e as operações bancárias estão garantidas”, disse a autoridade.
Vale lembrar que o Banco Central da Grécia não solicitou um aumento ao BCE no montante que os bancos gregos podem solicitar em empréstimos, no âmbito do programa de empréstimos de emergência do BCE, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto.
“Não teve nenhum aumento, uma vez que existe uma reserva de liquidez não utilizada no valor de 3 bilhões de euros e as saídas de depósitos se estabilizaram”, disse uma autoridade ligada ao banco grego. Fonte: Dow Jones Newswires.