A Grécia deve enfrentar negociações prolongadas e duras para conseguir um novo pacote de ajuda, mesmo se seus eleitores rejeitarem a posição do governo de Atenas no referendo deste domingo, afirmou uma autoridade da Alemanha nesta quinta-feira.
Os comentários contradizem as garantias dadas pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e pelo ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, de que o impasse seria rapidamente resolvido após o plebiscito. O governo grego argumenta que um voto “não” às condições dos credores daria às autoridades gregas uma posição mais forte nas negociações.
A declaração da autoridade alemã, que pediu anonimato, gera dúvidas sobre a capacidade dos negociadores de fechar um pacote de ajuda financeira ao país até 20 de julho, quando o país precisará pagar mais de 3 bilhões de euros (US$ 3,33 bilhões) em bônus mantidos pelo Banco Central Europeu (BCE) ou enfrentará um segundo default multibilionário em sua dívida dentro de 20 dias.
“Nós temos que acabar com essa visão de que haverá um acordo na próxima quarta-feira”, afirmou a autoridade alemã. “Mesmo na melhor boa vontade do mundo, esse será um processo longo e difícil.”
Berlim argumenta que a falta de pagamento da Grécia ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana e a rápida deterioração da economia e das finanças públicas do país mudaram a base de negociações, tornando um acordo rápido improvável. Uma complicação é o impacto desconhecido para a economia e a situação fiscal da Grécia sobre o impasse de cinco meses entre Atenas e os credores. Fonte: Dow Jones Newswires.