Grau de abertura está ?próxima do pico?

São Paulo (AE) – O grau de abertura da economia brasileira às importações já está bem próximo do pico registrado em 1998, que foi de 11,7% do consumo aparente doméstico, segundo estudo divulgado ontem pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Segundo o estudo, após a retração das importações observada no biênio 2002-03, o valor importado cresceu 17,2% no ano passado, com o coeficiente de abertura (importações sobre o consumo aparente doméstico) atingindo 11%, contra os 11,2% observados em 2004.

No caso das exportações, o país estabeleceu novo recorde em 2005, alcançando 16,8% da produção industrial brasileira, representando um aumento de 1,2 ponto porcentual em relação a 2004 e sendo mais do que o dobro do coeficiente registrado no ano de 1996. Só que esse movimento foi praticamente interrompido e se estabilizou no primeiro semestre, segundo a Funcex. O coeficiente de exportação é definido como a divisão do valor em dólares da exportação de bens industriais pelo valor em dólares da produção industrial doméstica.

No primeiro semestre, conforme a Funcex, o coeficiente de exportação a preços correntes atingiu 15% do valor da produção industrial, o que representa aumento de apenas 0,1 ponto porcentual em relação ao primeiro semestre do ano anterior. Esse crescimento refletiu o aumento de preços dos produtos exportados, o que sinaliza uma virtual estabilização do coeficiente de exportação da indústria brasileira, ?interrompendo a seqüência de aumentos contínuos registrados nos últimos anos?.

Considerando-se os preços reais, ?os exportadores não receberão nenhum ganho significativo quando comparados aos preços praticados no mercado doméstico?. Conforme a Funcex, no primeiro semestre de 2006, 14 de um total de 30 setores industriais registraram queda do coeficiente de exportação a preços correntes, em comparação com o mesmo período de 2005.

No caso do coeficiente de penetração de importação, a perspectiva é de que ele continue aumentando em 2006. No primeiro semestre deste ano, o valor importado cresceu 21,9%, principalmente devido à expansão da quantidade (quantum), ao passo que o consumo aparente doméstico medido em dólares aumentou em torno de 13,3%, basicamente por causa da valorização do real ante o dólar norte-americano. ?Esse diferencial de crescimento deve perdurar ao longo do segundo semestre do ano?, afirma o estudo.

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