Metalúrgicas, siderúrgicas, companhias da cadeia petroquímica, fabricantes de cerâmica e vidro estão entre as principais empresas afetadas pela queda do fornecimento de energia ocorrido ontem. O apagão durou até seis horas, dependendo da localização da empresa.
Foram afetadas principalmente as companhias em que o ciclo de produção é contínuo, como no caso da Suzano Papel e Celulose. De acordo com o presidente da companhia, Antonio Maciel Neto, o complexo instalado no município de Suzano (SP) teve a energia retomada apenas às 3 horas de hoje. “Quando ocorre uma queda brusca de energia é uma situação muito complicada”, afirmou. As perdas da empresa ainda não foram dimensionadas.
A interrupção da energia, muitas vezes, gera perdas superiores ao que deixa de ser produzido no período de apagão. A fabricante de condutores elétricos Wirex Cable, por exemplo, contabilizou um prejuízo de R$ 150 mil a R$ 200 mil, o que representa cerca de 1% do faturamento mensal da empresa.
“Os cabos são feitos sob medida, na extensão solicitada pelo cliente. Se o fornecimento de energia é interrompido, (a empresa) perde tudo o que estava na linha, não há como reaproveitar o material, que vira sucata”, explicou o diretor-presidente da empresa, Sérgio Aredes, que também é presidente do Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel).
Fabricantes de outros metais, como alumínio e aço, também indicaram que houve prejuízos. Em comunicado, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que o blecaute “exigiu redução de ritmo ou desligamento de vários equipamentos da Usina Presidente Vargas”.
Segundo a empresa, os equipamentos principais, como os do alto forno e laminadores, tiveram seu funcionamento interrompido temporariamente. A CSN afirmou que ainda está dimensionando o impacto na produção, que “aos poucos volta ao normal”. Gerdau, ArcelorMittal e Usiminas também divulgaram notas informando perdas em suas unidades, que já operam normalmente.