O mercado imobiliário de Curitiba está prevendo um ano movimentado no segmento de lançamentos. De acordo com previsões da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), a capital paranaense deve ter, durante 2010, mais de 14 mil novas unidades lançadas. A expectativa é que os imóveis, por sua vez, valorizem em média cerca de 20% no ano.
Segundo o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig, a valorização varia conforme o bairro. Ele destaca algumas regiões da cidade, como a conhecida no mercado como Ecoville (que reúne os bairros como Campo Comprido, Mossunguê e Campina do Siqueira), o Batel, que puxa também os preços de imóveis em bairros do Seminário, Água Verde e Vila Izabel, a região mais ao Sul, de bairros como o Portão e a Fazendinha, e o entorno do Cabral, que engloba Juvevê, Alto da Rua XV, entre outros.
Selig afirma que, hoje, quem procurar um imóvel novo e pronto para morar corre um grande risco de não encontrar uma opção. “O estoque de unidades novas está bem baixo”, informa, dando uma pista sobre o porquê da alta taxa de valorização informada pela Ademi-PR.
Para ele, a crise não afetou a construção civil no País e, no Paraná, o crescimento foi mais acelerado porque o mercado estava retraído. O aquecimento, analisa, deve se manter pelos próximos quatro ou cinco anos.
Em busca de já raras oportunidades nas regiões mais nobres e de olho nessa procura maior que a oferta, as construtoras avançam até sobre espaços tradicionais da cidade.
A incorporadora paulista Cicomac, por exemplo, está ingressando no mercado curitibano e já comprou a área onde funciona o Buffet du Batel. O projeto é para a construção de um conjunto de lofts destinado à classe A, mantendo a casa de festas em funcionamento. O lançamento das unidades, que devem custar a partir de R$ 167 mil, deve acontecer em breve.
A taxa de valorização média apontada pela Ademi-PR não vale, no entanto, só para os imóveis residenciais novos. Os usados e os comerciais, sejam eles lançamentos ou não, também têm um potencial semelhante de crescimento, que da mesma forma é baseado em uma oferta baixa em relação à procura.
RMC
Selig informa que, este ano, a Ademi-PR, que baseava suas pesquisas apenas no mercado curitibano, também incluirá nos levantamentos o mercado da Região Metropolitana (RMC).
Ele justifica que as cidades vêm apresentando crescimento acelerado e que precisam de um melhor mapeamento, e de uma definição mais precisa do perfil do consumidor imobiliário da região. Os primeiros dados, segundo ele, devem sair em torno de 40 dias.