Os alimentos pressionaram, e a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou de 0,55% em abril para 0,79% em maio.
Na Grande Curitiba, a alta dos preços foi ainda maior: passou de 0,65% em abril para 0,95% em maio, a terceira maior taxa entre 11 capitais pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, a inflação acumulada no ano é de 2,88% em nível nacional e de 3,15% na Grande Curitiba.
De acordo com o IBGE, os alimentos foram, mais uma vez, os vilões da inflação. Com alta de 1,95%, o grupo alimentação e bebidas contribuiu com 0,43 ponto percentual, o que representou 54% do IPCA de maio.
Foi a maior alta do grupo desde o início do Plano Real. ?Podemos afirmar, com segurança, que a alta dos alimentos é generalizada?, disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Entre os itens que mais pesaram no orçamento das famílias estão o arroz, que passou a custar 19,75% a mais em maio; o pão francês, com alta de 4,74%, e as carnes, com aumento de 3,45%. A exceção ficou por conta das frutas, que ficaram 5,40% mais baratas na comparação com abril, e do feijão carioca, com queda de 11,26%.
Segundo Eulina, a significativa alta que vem sendo registrada nos alimentos ocorre apesar da safra recorde de 144 milhões de toneladas prevista para este ano, refletindo os aumentos internacionais de preços por causa da alta da demanda no mercado externo e também no mercado doméstico.
Na Grande Curitiba, a alta dos alimentos foi ainda mais expressiva: 2,81%, o maior índice entre todas as capitais pesquisadas. Desde janeiro, os preços dos alimentos já subiram 8,32% na capital paranaense contra 6,40% da média brasileira.
Entre os grupos com maiores altas em Curitiba, destaque para o de tubérculos, raízes e legumes (11,78%), cereais, leguminosas e oleaginosas (10,99%) e hortaliças e verduras (9,51%).
Mas os produtos não alimentícios também aumentaram em todo o País, passando de 0,34% de abril para 0,46% em maio e acumulando, no ano, alta de 1,91%. Os serviços bancários (extrato adicional, transferências, etc.) tiveram aumento médio de 8,74%.
Os preços dos artigos de limpeza cresceram 1,81% tendo em vista, principalmente, a alta do sabão em barra (4,20%) e em pó (1,09%). Os remédios ficaram 0,97% mais caros como reflexo do reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) com incidência sobre determinados produtos a partir de 09 de abril.
De janeiro a maio o IPCA acumula alta de 2,88%, enquanto que no mesmo período do ano passado a disparada nos preços medida pelo índice não ultrapassava 1,79%. Em 12 meses até maio deste ano, o IPCA já subiu 5,58%, contra alta de 3,18% no mesmo período terminado em maio de 2007.
O resultado em 12 meses está acima do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano de 4,50%, com intervalo de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima. O IPCA é o índice oficial utilizado pelo Banco Central (BC) para cumprir o regime de metas de inflação.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado principalmente como parâmetro nas negociações salariais, apresentou variação de 0,96% em maio, bem acima do resultado de abril (0,64%).
Na Grande Curitiba, o índice passou de 0,86% em abril para 1,10% em maio. Com estes resultados, o INPC acumula no ano alta de 3,32% na média nacional e 3,56% na Grande Curitiba.
Pelo IPCA Curitiba teve inflação de 1,33% em maio
Ipardes
O Índice de Preços ao Consumidor de Curitiba variou em 1,33% no mês de maio em relação a abril, de acordo com cálculos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes. O acumulado do ano está em 2,70% e dos últimos 12 meses em 5,49%.
O grupo alimentos e bebidas foi responsável por um terço da inflação do mês de maio, com alta de 2,35% e contribuição de 0,46 pontos percentuais no total do índice. Os principais aumentos foram registrados nos seguintes produtos: arroz (25,08%) 1º lugar dentre todos os produtos pesquisados, pão francês (5,54%), batata-inglesa (14,00%), almoço e jantar refeição (1,05%) e farinha de trigo (13,12%).
No grupo saúde e cuidados pessoais a variação de 2,52% decorreu, principalmente, das altas de medicamentos (5,93%), com destaque para antiinflamatórios (8,03%) e antiinfecciosos/ antibióticos (7,36%), e de planos de saúde (1,71%).
O vestuário teve alta de preços de 3,09%, inferior à alta apresentada no mês de abril, que fora de 5,26%. O único grupo com queda foi o de artigos de residência que apresentou variação negativa de 0,34% no mês de maio.
Para o cálculo da inflação, o Ipardes coleta, mensalmente, em Curitiba, cerca de 60 mil preços de produtos consumidos por famílias que possuem renda mensal que varia de 1 a 40 salários mínimos, ou seja, que ganhavam de R$ 415,00 a R$ 16.600,00.