A indústria gráfica do Paraná espera aumentar o faturamento em 10% nos próximos meses, por conta de pedidos de candidatos políticos. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Paraná, José Toaldo Filho, é um aumento menor do que o registrado em anos anteriores. “O aumento já chegou a 20% ou 25% no passado. Mas por se tratar de uma campanha curta, com dois a três meses de duração, e ainda por conta da atual conjuntura econômica, o crescimento é aparentemente pequeno”, afirmou. Em todo o Paraná, há cerca de 1,5 mil estabelecimentos gráficos.
Além disso, acrescentou Toaldo Filho, os candidatos também não dispõem de muitos recursos financeiros para a propaganda escrita. “A maioria dos pedidos é de santinhos, cartazes. Boa parte investe mesmo é na mídia falada”, acredita ele.
Nem o número de empregos formais deve aumentar por conta das eleições municipais. “A indústria gráfica tem tempo ocioso. Com isso, não deverá empregar profissionais especializados”, afirmou Toaldo. Segundo ele, o segmento emprega cerca de 15 mil pessoas no Estado. “A geração de empregos deve ocorrer apenas com a terceirização, no mercado informal”, aponta, referindo-se especialmente aos distribuidores de santinhos e panfletos.
O presidente do Sindicato da Indústria Gráfica revela ainda que, apesar das expectativas de crescimento, o aquecimento do setor ainda não aconteceu. “As convenções acabaram há pouco tempo, as definições são ainda recentes. Enquanto os candidatos não colocarem a campanha nas ruas, nada muda”. A estimativa, segundo ele, é que no final de agosto o setor já apresente crescimento.
Brindes
Outro segmento que deve se beneficiar com o ano eleitoral são as empresas que atuam na área de brindes. O proprietário da ADG Brindes, Júlio Fernando Avanzi, conta que o faturamento aumenta 40% em média em anos eleitorais. Mas por enquanto os candidatos estão fazendo apenas orçamento. “Pedidos mesmo só de adesivos”, revela.
Segundo Avanzi, os brindes mais requisitados por políticos são porta-títulos (R$ 0,14 cada) e bonés (R$ 1,80 a unidade). Apesar de os anos eleitorais incrementarem o faturamento, Avanzi conta que não são eles os que exercem maior influência. “Trabalhamos muito com brindes de datas comemorativas, como Dia das Mães, dos Pais”, diz.
Sobre o número de adesivos solicitados, Avanzi conta que normalmente dobra o número em função das eleições. Mas este mês chegou a triplicar a quantidade – passou de 2 a 3 mil unidades por mês para cerca de 9 mil. O empresário atribui o aumento não apenas à campanha eleitoral, mas à antecipação das empresas em solicitar brindes que serão distribuídos no final do ano.
Dieese-PR
De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos no Paraná (Dieese-PR), apenas em Curitiba a campanha eleitoral deve gerar entre 2 e 3 mil empregos temporários. Os setores que mais serão beneficiados são serviços gráficos, serigráficos, confecção, restaurantes e, sobretudo, cabos eleitorais. “Há dois fatores que afetam a economia em ano eleitoral: primeiro, a campanha em si e todos esses setores citados e, segundo, as obras públicas e o conseqüente aumento de oferta de serviços públicos”, afirmou Cid Cordeiro. O aquecimento da economia no entanto é bastante curto: começa em agosto e termina na primeira quinzena de outubro.