Governos federal e estadual divergem sobre Ferroanel

Ao mesmo tempo em que o governo federal acredita que as obras do Ferroanel podem ser iniciadas já em 2010, o Estado de São Paulo julga que o próximo ano será suficiente apenas para definir o projeto de ligação entre as principais ferrovias, que cortam a Região Metropolitana de São Paulo. Hoje, o ministro da Secretaria Especial dos Portos da Presidência da República, Pedro Brito, disse ser interesse do governo começar “já no próximo ano” as obras do Ferroanel, em parceria com o governo estadual. A prioridade seria o ramo Sul, que vai atender o Porto de Santos.

No mesmo evento, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o secretário de Transportes do Estado de São Paulo, Mauro Arce, afirmou a jornalistas que, para definição do projeto, 2010 é um prazo factível, embora não o seja “em termos de construção”. Ele não afirmou, no entanto, quando o projeto sairia do papel. “É difícil saber quando, pois além de ter empresas concessionárias envolvidas, a discussão conta também com o governo federal, como o Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas temos que fazer o quanto antes”, disse.

Quando questionado sobre os pontos que impedem as partes envolvidas de se chegar a um consenso sobre o Ferroanel, Arce citou, além dos pesados investimentos necessários para a obra, a questão regulatória do setor de ferrovias. “Falta uma definição clara das responsabilidades das concessionárias e do governo federal. E o papel do governo estadual é muito mais na direção da colaboração”, afirmou.

Ele disse que o País perdeu a chance de construir a malha do Ferroanel simultaneamente ao Rodoanel, já que 45% do ramo Sul desta linha ferroviária corria em paralelo ao trecho Sul do Rodoanel, em obras. O investimento estimado no Ferroanel Sul soma R$ 700 milhões, conforme Arce, sendo que o Estado estaria disposto a desembolsar o equivalente a um terço deste valor. Para o setor rodoviário, a proposta orçamentária do Estado é de investimentos de R$ 4,6 bilhões em 2010. O aprimoramento de hidrovias deve consumir outros R$ 130 milhões.

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