Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Carlos Kawall: foco do debate fiscal subiu de patamar. |
O secretário do Tesouro Carlos Kawall voltou a rebater as críticas de economistas que vêm projetando uma crise fiscal no País a partir do próximo ano. De acordo com o secretário, a situação fiscal do Brasil está sob controle e, segundo ele, os avanços promovidos pelo governo nessa área têm possibilitado o aprofundamento do debate em torno de questões como nível de carga tributária e a qualidade dos gastos governamentais.
?Do ano passado para cá tenho notado que o foco do debate fiscal subiu de patamar. Até o ano passado, só se discutia qual era o superávit primário necessário para o País?, disse Kawall, que participou ontem de um café da manhã promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef), em São Paulo.
Para ele, o debate em torno do superávit parece estar superado e agora o País entra em uma fase ?típica de economias maduras?, na qual passa-se a dar uma maior importância à eficiência dos gastos públicos. ?Hoje, como a situação é melhor e mais confortável, temos condições de iniciar esse debate típico das economias maduras?, afirmou.
Além disso, para Kawall, o comportamento atual do mercado financeiro não deixa dúvidas sobre o controle da situação fiscal no País. ?Se estivéssemos na antevéspera de uma crise fiscal, certamente os mercados financeiros estariam elevando a taxa de juro.? Ele ressaltou que a recente elevação da nota do Brasil, pela agência de classificação de risco Moody?s, é também um indicativo da saúde fiscal do setor público.
Apesar de enaltecer a melhoria do Brasil no setor externo, Kawall reconhece que o País ainda precisa avançar bastante na questão da redução da dívida pública total. Porém, segundo cálculos apresentados por ele, a continuidade na formação de superávits primários de 4,25% ao ano é por si só suficiente para levar a relação entre a dívida e o PIB para patamares mais razoáveis. ?Se projetarmos a relação dívida/PIB até 2011 com os parâmetros do boletim Focus do Banco Central, podemos chegar a 40% do PIB?, afirmou.
Kawall ainda ressaltou a importância da queda na dívida externa que, de acordo com ele, nos coloca ao lado de países que já atingiram o grau de investimento. ?A relação dívida externa/PIB nos coloca na vizinhança de outros países, quando estes conseguiram o investment grade?, afirmou.