Embora os analistas de mercado projetem crescimento de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o governo aposta na retomada no primeiro trimestre, quando a economia deve crescer entre 0,3% e 0,5%, segundo fontes da equipe econômica. O ponto de “virada” da economia brasileira já começou na avaliação do Ministério da Fazenda, dando início a uma fase de reação da atividade econômica que deve se acelerar até o fim do ano.

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No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente Michel Temer apostam que o pacote de medidas voltadas para o crescimento já anunciadas e as que serão lançadas nesses primeiros meses do ano podem ajudar a levar o PIB para uma expansão superior a 1%. A queda mais rápida da taxa Selic, sinalizada pelo Banco Central, corrobora essa perspectiva, segundo fontes do governo.

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“Podemos surpreender muito os analistas do mercado financeiro, que estimam um crescimento de 0,5% ou menos. O Ministério da Fazenda não vai se surpreender, porque incorporamos isso tudo recentemente”, disse ao Estado um integrante da equipe econômica. A princípio, a previsão de 1% de alta da equipe do ministro Henrique Meirelles deverá ser mantida.

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Uma nova rodada de medidas voltadas para o crédito e o setor imobiliário sai nas próximas semanas, depois da divulgação do calendário de saque de contas inativas de FGTS – medida que deve injetar R$ 30 bilhões na economia. A ideia é que a agenda econômica com novas medidas voltadas para área regulatória e aumento da produtividade que, embora não tenham efeito em 2017, vai pavimentar o crescimento em 2018 e manter a confiança.

Indicadores

Dados sobre indicadores econômicos recentes levados ao presidente Michel Temer reforçaram a avaliação de que com “trabalho e novas medidas dá para melhorar o cenário”, principalmente a partir do segundo semestre.

No Ministério da Fazenda, o clima é de otimismo, mas de maior cautela com os efeitos das medidas para ajudar o PIB em 2017. “O que pode dar a resposta mais rápida na atividade econômica é a queda da Selic, que, mesmo assim, demora alguns meses para fazer efeito”, disse a fonte. Mas a avaliação é de que um grande número de indicadores positivos aponta para a retomada e um crescimento “sólido” no final do último trimestre do ano.

Entre esses indicadores, estão o aumento forte da produção automobilística, transporte de carga nas rodovias, consumo de energia, além da importação e produção de petróleo e gás natural. Também estão na conta a venda de papelão ondulado e melhora do crédito.

“Aguardamos uma retomada da atividade já no primeiro trimestre. Será qualquer coisa entre 0,3 e 0,5%. O número ainda está um pouco impreciso, mas o certo é que estamos numa trajetória de inflexão”, disse um integrante da equipe econômica, ressaltando que a elevação das importações é um importante indicador “antecedente” do crescimento.

No primeiro momento, a retomada virá da renovação dos estoques das empresas e do aumento do consumo, com os trabalhadores menos retraídos e começando a perder o temor de perder o emprego.

A retomada da atividade é crucial para aumentar a arrecadação. Caso contrário, o governo precisará contingenciar um montante considerável das despesas para conseguir cumprir a meta de déficit de R$ 139 bilhões neste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.