O governo não vai alterar a meta de superávit primário (receita menos despesas, exceto pagamento de juros) prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) em 4,25%. A informação é do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que descartou a adoção de uma meta flutuante. Segundo o ministro, a discussão sobre uma banda flexível para o superávit primário não está na agenda do governo.

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Segundo ele, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o ministro interino do Planejamento Nelson Machado, interino do planejamento, não colocaram essa questão durante a última reunião da junta orçamentária, da qual Dirceu participou.

Dirceu reafirmou, no entanto, que a LDO manterá o teto da carga tributária federal em 16%, mesmo patamar registrado em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Questionado se essa meta para a carga tributária seria uma resposta à crítica do PSDB sobre gastos públicos e arrecadação, Dirceu afirmou que o governo ?nem está aumentado a carga tributária nem gasta mais no sentido de desperdício, gasta naquilo que é prioritário dentro das possibilidades orçamentárias?.

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Prova disso, segundo o ministro, seria a obtenção de um superávit primário de meio ponto percentual maior que o registrado no segundo mandato de FHC. ?No primeiro mandato, ele (Fernando Hen-rique) não fez superávit. Pelo contrário, ele arruinou as finanças públicas?, completou Dirceu.

Salário mínimo

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2006 vai repetir a regra do texto aprovado no ano passado para a definição do salário mínimo. O reajuste do próximo ano será proporcional à inflação acumulada até a data do reajuste, acrescida do crescimento da economia per capita (PIB dividido pelo número de habitantes).

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Essa regra foi definida no ano passado para garantir um ganho real para os brasileiros que ganham o mínimo. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou a equação para o aumento do salário. ?Essa regra vai sim ser repetida?, afirmou.

No ano passado, a fórmula permitiria ao governo reajustar o salário a R$ 281. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu cortar despesas do orçamento para elevar o mínimo a R$ 300.

O texto da LDO chega hoje ao Congresso Nacional. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deve entregar o documento ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).