O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo vai promover uma redução dos gastos de custeio, com objetivo de ampliar os investimentos e permitir a queda na taxa de juros. Segundo ele, o corte se dará nos gastos já existentes e também evitando-se novas despesas. Em relação a possíveis cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega disse que as obras do atual programa – o PAC 1 – continuarão no ritmo atual, mas ressaltou que o governo deve atrasar o início de novos investimentos previstos no PAC 2, adequando sua execução ao espaço fiscal.

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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explicou que projeção da receita líquida no Orçamento para 2011, por erro de cálculo, será R$ 8 bilhões menor. Por isso, o governo vai enviar uma estimativa nova de receita ao Congresso, mas também reduzirá as despesas propostas no Orçamento de 2011.

Mercado interno

Em sua exposição sobre o PAC, durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Mantega fez comentários em relação ao fortalecimento do mercado interno. Segundo ele, o crescimento da demanda interna, a partir de 2005, passou a ser fator fundamental para impulsionar o crescimento do País. Ele lembrou que houve uma queda no ano passado, mas que a demanda se recuperou este ano.

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Ele disse ainda que o nível dos investimentos, um dos principais objetivos do PAC, foi “plenamente alcançado”. “O consumo das famílias cresce”, comentou, lembrando que desde 2006 esse crescimento é sistemático, com uma pequena oscilação durante a crise financeira de 2008. Mantega afirmou que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresce mais que a demanda. “A FBCF cresce mais que a demanda das famílias. A oferta cresce bastante na frente da demanda. Os investimentos estão crescendo muito mais que o consumo”, afirmou.

Segundo ele, o investimento cresceu 15,9% em 2010 ante 2009. Os investimentos em infraestrutura – que estavam estagnados – foram os mais estimulados pelo PAC. A partir de 2006, informou o ministro, passaram de R$ 79 bilhões para R$ 150 bilhões. “O PAC ajuda a construir o ciclo de crescimento econômico”, disse Mantega, ao comentar os resultados do PIB divulgados hoje pela manhã e que mostram que, nos primeiros três trimestres de 2010 em relação ao mesmo período 2009, a economia está crescendo ao ritmo de 8,4%.

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