A equipe econômica, como boa parte dos economistas de dentro e fora do governo, ainda não sabe qual é a extensão da atual crise que se iniciou nos Estados Unidos e atingiu os países emergentes, mas o Ministério da Fazenda tem pelo menos uma carta na manga, na área fiscal, que poderá ser utilizada para tentar sinalizar uma postura de maior austeridade diante da turbulência no mercado financeiro.
Com os excessos de arrecadação dos últimos meses, o governo federal acumulou uma reserva financeira de R$ 9 bilhões, que poderia ser liberada até o final do ano, a conta gotas, para os ministérios gastarem e que, agora, deve permanecer bloqueada. Internamente, o governo já vinha administrando com cautela essa reserva, tanto que os superávits primários dos últimos meses vinham batendo recorde, mas publicamente o discurso era de flexibilização das metas fiscais e de ampliação dos investimentos para fazer o crescimento deslanchar.
Tudo isto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pretende dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a seus colegas ministros, durante reunião da coordenação política do governo, marcada para esta segunda-feira, a partir das 9h30, no Palácio do Planalto. Depois da reunião do conselho, Mantega permanecerá no Planalto, onde deverá despachar com o presidente Lula, agora já sabendo de como foi o comportamento dos mercados asiáticos durante a segunda-feira e da abertura das bolas européias, norte-americana e brasileira.
