O secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, 7, a investidores que é importante que o novo governo chegue a uma posição sobre o modelo da reforma da Previdência. Segundo ele, além de endereçar o problema fiscal do País, a aprovação das mudanças nas normas previdenciárias teriam impacto no curto prazo na formação de expectativas e na confiança de investidores.
Ele avaliou que a equipe econômica atual está entre o ganho de tempo ao optar pelo texto que já tramita no Congresso, do antigo governo, ou tentar um modelo “mais ambicioso”, mas ressaltou que “está chegando a hora em que o governo tem que definir qual é a sua posição”.
A investidores da XP Investimentos, Meirelles destacou que há uma aceitação maior hoje sobre a mudanças nas regras previdenciárias do que quando a reforma foi enviada por ele ao Legislativo, enquanto ministro da Fazenda do governo Michel Temer. Para ele, isso seria um resultado do trabalho feito junto a parlamentares e nas bases de esclarecimentos em relação à necessidade da reforma.
Questionado por investidores sobre qual seria a proposta possível de ser aprovada, uma vez que o texto enviado originalmente por Meirelles foi desidratado no Legislativo, Meirelles desconversou. “A definição do que é possível é o processo parlamentar que vai dizer”, disse.
Linha liberal
O ex-ministro da Fazenda afirmou a investidores que a linha liberal do novo governo é positiva e favorecerá que a economia cresça dentro do seu potencial. Segundo ele, o ano de 2018, em que ele estava à frente da área econômica do governo, foi atrapalhado pela greve dos caminhoneiros e, principalmente, com a incerteza eleitoral.
“Como governo está em uma linha liberal positiva, o efeito líquido é positivo, não há nada que possa impedir que se cresça a economia. De ponta a ponta último trimestre de 2018 com último trimestre de 2019 deve crescer mais que o esperado”, aponta.
Segundo ele, o carregamento estatístico para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 para 2019 será baixo porque, em razão de várias inseguranças atípicas no ano passado, os investidores contiveram aportes no Brasil. “Teve greve dos caminhoneiros que puxou para baixo. Depois, nós tivemos incerteza eleitoral. Tinha candidato que estava propondo tomar de volta áreas de pré-sal que já estavam licitadas. A questão que houve é que muitas empresas tinham orçamento para o Brasil em 2018, mas seguraram investimentos esperando eleição”, disse.