Diversos deputados da comissão especial da Câmara que analisa o caso Parmalat cobraram ontem uma atuação mais ativa do governo na crise da empresa, inclusive com uma possível intervenção na gestão da companhia. Entretanto, em depoimento à comissão os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) resistiram às pressões e disseram que, neste momento, o governo não planeja nenhuma intervenção.

A única proposta que Rodrigues admitiu estudar posteriormente com outros integrantes do governo foi apresentada pelo deputado Durval Orlato (PT-SP). Para o parlamentar, o governo deveria editar uma MP (medida provisória) com o objetivo de fazer uma intervenção provisória na Parmalat, dividindo a gestão da empresa com seus atuais executivos e também com as cooperativas.

Os bens da empresa ficariam congelados, não podendo ser vendidos pela matriz italiana ou resgatados judicialmente por bancos credores. Dessa forma, a empresa teria maior tranqüilidade para continuar operando. A MP também estabeleceria que, quando a Justiça tomar uma decisão definitiva sobre a Parmalat, a empresa voltaria para as mãos de seus atuais gestores.

Banco do Brasil

Os deputados também cobraram uma posição mais flexível do Banco do Brasil. Segundo eles, o banco tem pedido garantias excessivas para liberar empréstimos a produtores e cooperativas para estocar o leite produzido.

Os ministros explicaram aos deputados que o BB, apesar de ser um banco estatal, também é uma empresa de capital aberto. Por isso, não pode tomar decisões que venham a prejudicar seus acionistas minoritários.

O governo anunciou há cerca de um mês a liberação de R$ 200 milhões para a estocagem visando regular os preços do mercado. Com a crise da Parmalat e o auge da safra, o preço do leite caiu em várias regiões do País. A estocagem serviria para garantir a oferta de leite a partir de meados do ano, quando começa a entressafra.

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