O governo cortou em quase 80% a verba proposta pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) para qualificação e intermediação de mão de obra em 2010. A previsão do Codefat era destinar R$ 1 bilhão para financiar cursos de qualificação, mas o corte feito no Orçamento da União reduziu esse valor para R$ 220 milhões. O montante aprovado é 34% menor que os R$ 334 milhões realizados em 2009. “Só ficamos sabendo do corte quando o projeto já estava no Congresso Nacional”, diz o presidente do Codefat, Luigi Nesse, que também preside a Confederação Nacional de Serviços (CNS).
O corte de verba será tema da reunião do Codefat marcada para quinta-feira. Sindicalistas e conselheiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) entendem que se nada for feito a escassez de trabalhadores qualificados representará uns dos principais gargalos para o crescimento superior a 5% esperado para este ano. A previsão é que vai sobrar vaga e faltar profissional especializado em algumas regiões do País, principalmente no Sul e Sudeste.
Conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, setores nos quais a retomada do crescimento é intensa, como construção, comércio e hotelaria, enfrentarão dificuldade para encontrar pessoas capacitadas para preencher 320 mil postos de trabalho este ano.
Vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, o FAT foi instituído em 1990 e tem por objetivo custear os benefícios do seguro-desemprego, do abono salarial e o financiamento de programas de desenvolvimento econômico e de qualificação da força de trabalho.
As contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) são as principais fontes de recursos do FAT, gerido pelo Codefat.