O governo tem rejeitado pedidos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para acionar a última grande termoelétrica disponível no País, a usina de Uruguaiana, geradora de 639 megawatts (MW) de capacidade, instalada no Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com a Argentina.

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Perguntado sobre a necessidade de acionamento imediato de Uruguaiana, o presidente do ONS, Hermes Chipp, disse ontem que a geração da térmica seria importante para aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas. “Hoje, seria necessária. Qualquer geração térmica que tenha disponível no sistema é bem-vinda”, disse, em evento do setor elétrico.

“O sistema está precisando. Os governos (do Brasil e da Argentina) estão transacionando. É um pedido do ONS, que sempre solicita a geração térmica, qualquer que seja.” Para o Ministério de Minas e Energia, no entanto, o acionamento de Uruguaiana não seria tão relevante quanto o apontado pelo presidente do ONS, órgão técnico que é o responsável por garantir a segurança do abastecimento de energia em todo o País.

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Duas semanas atrás, ao ser questionado sobre a usina, o ministério informou ao Estado que, “no momento, não há necessidade de acionamento da usina de Uruguaiana, tendo em vista que o submercado sul está vivenciando um período hidrológico bastante favorável”. Segundo o ministério, a geração de energia pelas usinas hidrelétricas da Região Sul – como Itaipu, que tem gerado 13% da energia de todo o País – dispensaria a necessidade de ligação da térmica.

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Acordo

A ligação de Uruguaiana depende de um acordo entre os governo do Brasil e Argentina, para que o gás que alimenta suas turbinas entre pelo País vizinho. Em março e abril deste ano, a usina que pertence ao grupo AES Brasil foi acionada em caráter excepcional.

Em 2013, o governo também autorizou a ligação de Uruguaiana por dois meses, também por causa do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Fazia quatro anos que a usina não era ligada.

Uruguaiana tem sido abastecida por gás natural que entra no País pela Argentina. O insumo é importado pela Petrobrás no mercado internacional e enviado até o terminal de regaseificação de Bahía Blanca, no sul da Argentina. Dali, é levado por dutos instalados no país vizinho até a fronteira com o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.