O governo do Estado vai tentar diminuir o impacto do plano de reestruturação da Volkswagen do Brasil, que prevê a demissão, até 2208, de até 6 mil operários de suas quatro fábricas instaladas no País, um delas instalada em São José dos Pinhais. O plano de reestruturação da montadora foi apresentado ontem, no Palácio Iguaçu, aos secretários Heron Arzua (Fazenda) e Virgílio Moreira Filho (Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul) e ao presidente do Conselho de Política Automotiva do governo do Estado, Mário Lobo.
A diretora de assuntos governamentais, Elizabeth de Carvalhaes, o gerente corporativo de Relações Trabalhistas, Nilton Junior, e o gerente de Recursos Humanos da planta de São José dos Pinhais, Reginaldo Aquilino, explicaram aos secretários estaduais do Paraná que a empresa, que durante 42 anos liderou o mercado automobilístico brasileiro, errou ao abrir mão dessa liderança para buscar o mercado externo, a partir de 2001, por causa dos incentivos de exportações oferecidos pelo governo federal.
As exportações brasileiras de carro saltaram de 45.092 em 1997 para 256.494 em 2005. Entretanto, o que a princípio parecia tratar-se de uma boa notícia, transformou-se na maior ?dor de cabeça? para as montadoras que optaram pelo mercado externo, devido à política cambial. No ano passado, a Volks exportou 256 mil unidades – 40% de sua produção – para mais de 90 países, com destaque para o México, Argentina e Europa.
?A situação cambial tem afetado todas as operações no País, não só o setor automobilístico, mas o madeireiro, o calçadista e tantos outros?, disse Elizabeth de Carvalhaes. Enquanto isso, o mercado interno permaneceu praticamente estagnado, com a venda de 1,4 milhão de unidades. No ano passado, houve uma ligeira alta, de 1,6 milhão de unidades, mas insuficiente para resolver as dificuldades financeiras da montadora.
O pior, no entanto, está por vir. A maioria dos contratos de exportação termina este ano.
O presidente do Conselho de Política Automotiva do governo do Estado, Mário Lobo, disse que o governo do Paraná continuará lutando pela manutenção dos empregos dos trabalhadores da Volkswagen em São José dos Pinhais, mas fez questão de destacar que ?esta não é uma situação criada pelo governo estadual e sim pelo governo federal, por causa de sua política cambial. Além do mais, o Paraná concedeu uma série de incentivos fiscais, como o diferimento do ICMS até 2015, para que a montadora abrisse sua unidade aqui?. (AEN)