O lance mínimo dos leilões dos 13 aeroportos que o governo pretende realizar no último trimestre deste ano vai girar em torno de R$ 1,1 bilhão. O bloco mais caro de terminais, apurou a reportagem, é o do Nordeste, formado pelos aeroportos de Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL) e Aracaju (SE). A empresa interessada em arrematar esses terminais, que serão oferecidos em pacote fechado, terá de apresentar lance superior a cerca de R$ 700 milhões.

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O valor mínimo de outorga para o bloco do Sudeste, formado pelos terminais de Vitória (ES) e Macaé (RJ), será de aproximadamente R$ 350 milhões. O menor lance para os terminais do Centro-Oeste, que inclui os aeroportos de Alta Floresta, Sinop, Várzea Grande, Rondonópolis e Barra do Garças, todos em Mato Grosso, deve ficar em torno de R$ 70 milhões.

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O valor de outorga é o preço mínimo que o governo estipula para leiloar o empreendimento e repassá-lo ao setor privado. A expectativa é que haja forte ágio sobre as propostas, principalmente no Nordeste, considerada a mais atrativa das ofertas. As empresas terão de arrematar os blocos fechados, sem excluir terminais de cada grupo. Um único investidor poderá adquirir dois ou três blocos.

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Os preços de outorga de cada bloco devem ser apresentados ao mercado no dia 15 de maio, quando os projetos entram em consulta pública, pelo prazo de dois meses. O plano do governo é encaminhar as minutas dos editais ao Tribunal de Contas da União (TCU) no terceiro trimestre e publicar as propostas finais em meados de setembro, para realizar o leilão em dezembro, antes do Natal. Na corte de contas, os estudos passarão por análise que poderá até alterar o valor mínimo de outorga.

O cronograma apertado causa desconfiança em parte do mercado e o governo sabe das dificuldades de viabilizar os leilões em ano eleitoral. A queda na estimativa dos investimentos obrigatórios incluídos nos terminais, porém, pode aumentar o interesse das empresas.

Obras. Até o fim do ano passado, estudos indicavam que as obras obrigatórias dos 13 terminais somariam R$ 4,586 bilhões em investimentos. Agora, com a conclusão dos estudos de viabilidade técnica e financeira para cada aeroporto, a cifra foi reduzida para R$ 3,549 bilhões. Esses dados foram confirmados pela Secretaria de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, que evitou falar sobre as outorgas.

A principal redução nos investimentos ocorreu no bloco do Nordeste, onde a estimativa passou de R$ 2,67 bilhões para R$ 2,07 bilhões. No bloco de terminais do Centro-Oeste, a queda foi de R$ 1,08 bilhão para R$ 797 milhões. No Sudeste, o corte mais forte ocorreu no terminal de Vitória (ES), que viu suas obras obrigatórias saírem de R$ 779,20 milhões para R$ 331 milhões, enquanto Macaé (RJ) aumentou, de R$ 57 milhões para R$ 351 milhões.

Dos 13 terminais previstos para irem a leilão, nove pertencem à Infraero. A estatal é dona de todos os terminais do Nordeste e Sudeste que serão vendidos. No Centro-Oeste, controla Várzea Grande, na região metropolitana da Cuiabá.

A concessão dos terminais é assunto amargo para a Infraero, que resistiu duramente a novas concessões em 2017, quando o governo quis levar a leilão aeroportos como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), mas acabou desistindo. Hoje, a oferta dos 13 terminais já é percebida na estatal como algo inevitável.

Em 2017, esses 13 aeroportos geraram receita operacional de R$ 419,4 milhões para a estatal, o que corresponde a 12,4% da receita operacional total do ano passado, de R$ 3,39 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.