O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, informou, nesta terça-feira, que o governo pretende concluir todas as etapas para a desestatização do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) até o final do primeiro trimestre deste ano. Barbosa esteve com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Valmir Campelo, que analisa o processo de desestatização da empresa, para explicar a proposta do governo. Barbosa disse o governo quer transformar o IRB em uma empresa capaz de concorrer em condições de igualdade no Brasil e no exterior.
Segundo o secretário, após a privatização, o IRB terá a flexibilidade necessária para competir em igualdade com grandes grupos mundiais. “Temos capacidade de ter no Brasil uma grande resseguradora com capacidade de competição internacional, tendo participação da União, mas não majoritariamente”, disse após o encontro com Campelo. “A nossa ideia é capacitar o IRB – um grupo privado com participação do Estado – para operar neste mercado que vai crescer muito”, disse.
Campelo informou que os técnicos do TCU terão uma reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na quarta-feira (06), para dirimir dúvidas sobre o processo de desestatização. Ele disse que pretende apresentar seu relatório ao plenário do tribunal até meados de março. Embora pretenda dar prosseguimento à desestatização neste primeiro trimestre, Barbosa disse que todo o processo está condicionado à apreciação dos órgãos de controle. Além do Tribunal de Contas, Banco Central, Susep e Cade também precisam aprovar a desestatização da empresa. “O IRB é uma das principais resseguradoras da América Latina. Tem grande potencial de expansão dos seus negócios, visto a realidade econômica do Brasil”, afirmou Barbosa.
Atualmente, o IRB tem capital de R$ 2,5 bilhões, o que permite assumir um total de resseguros entre R$ 12,5 bilhões e R$ 15 bilhões. “É pequeno diante do mercado ressegurador. A partir do processo de desestatização, o IRB estará entre as 10 maiores resseguradoras do mundo”, disse o secretário executivo adjunto, Dyogo Oliveira. No longo prazo, o governo espera que o IRB tenha uma capacidade de resseguro no valor de R$ 50 bilhões. Barbosa informou ainda que a Agência Brasileira de Garantias será criada este ano. A instituição foi anunciada no ano passado entre as medidas de estímulo à indústria, mas ainda não saiu do papel.