O governo prevê um superávit de US$ 50,1 bilhões na balança comercial neste ano. Se confirmado, esse será o terceiro melhor resultado na série histórica. No ano passado, o saldo ficou positivo em US$ 58,7 bilhões.

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O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, explicou que as projeções estão relacionadas à expectativa de crescimento da economia e da produção comercial.

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A pasta prevê exportações de US$ 245,9 bilhões neste ano, alta de 2,9% ante 2018. Já as importações devem somar US$ 195,8 bilhões, avanço de 8,0% em relação ao ano passado. Ao todo, a corrente de comércio deve subir 4,9% na comparação com 2018.

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Ferraz afirmou nesta segunda-feira, 1, que o governo tem como foco elevar a corrente de comércio com os demais países do mundo e rechaçou a visão de que a elevação das importações é uma “vilã” para a economia – percepção considerada obsoleta e atrasada pelo secretário.

“O atual governo tem uma visão mais moderna para comércio internacional, porque essa é uma das principais alavancas para crescimento da produtividade. Não é o saldo comercial que nos interessa, mas sim a corrente de comércio”, disse. Segundo ele, o saldo reflete condições macroeconômicas, enquanto o desempenho comercial é dado pela corrente.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já citou diversas vezes a necessidade de maior abertura na economia brasileira, com menor protecionismo.

O secretário também fez uma análise sobre o cenário internacional e observou que a taxa de crescimento mundial vem desacelerando. “Não foi só questão da guerra comercial, China mudou seu padrão de crescimento, ela, que era locomotiva mundial, agora está fazendo transição para economia baseada em consumo. Mais recentemente, tivemos acontecimentos geopolíticos de rediscussão do comércio internacional, recentes políticas protecionistas implementadas pelo governo americano e fogo cruzado em relação à China”, disse.

Para ele, a rediscussão do sistema de pactos multilaterais reverbera para todas as economias. Ele disse ainda que a guerra comercial acaba sendo positiva no curto prazo para alguns produtos (como a soja brasileira), mas no longo prazo “é ruim sempre”.