O governo também foi conservador ao prever o cenário para a economia do País em 2003. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá apresentar crescimento real de apenas 3% – contra 4% esperados anteriormente -, os juros cairão muito pouco, o dólar estará valendo 2,90 reais em dezembro de 2003 e a inflação subirá. É este o quadro macroeconômico embutido nas previsões de arrecadação e gastos da União para 2003.
Com crescimento real (descontada a inflação) de 3%, o PIB brasileiro chegará a R$ 1,413 trilhão em 2003. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, disse que a previsão do crescimento econômico para este ano também foi revista de 2,5% para 1,5%.
A equipe do governo também ficou menos otimista com a taxa de juros. Em abril, quando elaborou a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ela projetava uma queda vertiginosa do juro nominal, dos atuais 18% ao ano para 12,84% no próximo ano. Agora, depois da crise no mercado, o governo ajustou essa taxa para 16,26% (variação acumulada prevista para 2003). Pelas novas projeções, neste ano, a taxa de juros ficará em 18,34% (de janeiro a dezembro).
A disparada do dólar nas últimas semanas também levou o Executivo a elevar a previsão da taxa de câmbio, que subiu de 2 42 reais para 2,90 reais em dezembro de 2003. Para dezembro de 2002, o governo projeta uma taxa de 2,73 reais por dólar.
Outro indicador ajustado foi a taxa de inflação. No acumulado de 2003, a previsão é que o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) feche em 6%. Esse índice estava previsto, anteriormente, em 4%.