São Paulo – O governo pretende apresentar um projeto de reforma tributária ao Congresso entre agosto e setembro, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista em Nova York, Mantega afirmou que o governo está discutindo com governadores e secretários estaduais de Fazenda e que irá debater a proposta com membros da sociedade civil, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). ?Queremos apresentar ao Congresso projeto amadurecido e que possa ser aprovado?, afirmou. ?No nível estadual queremos acabar com a guerra fiscal?,declarou.
O objetivo da reforma é ?reduzir drasticamente o número de impostos?, disse. ?Vamos ter IVA (Imposto sobre Valor Agregado) federal, que congrega praticamente todos os impostos federais, e vamos ter IVA estadual, que congrega os impostos estaduais e municipais?, acrescentou. O ministro afirmou que há medidas já em andamento no que classifica como ?pequenas reformas?, como a criação do cadastro positivo e otimização para cobrança de dívida ativa.
Mantega reconhece que será necessário ?dar compensações? para acabar com a guerra fiscal. ?Os estados mais fracos, menos desenvolvidos, dependem muito da guerra fiscal para a atração de empresas. Teremos de montar algum sistema de compensação de modo a poder garantir que o estado não vai perder. Se fizer uma proposta de reforma tributária que vai implicar perdas para alguns estados, ela não vai sair?, admitiu. ?Os estados vão se opor e não conseguiremos aprová-la?, completou.
Ministro diz que Brasil é ?bem visto? no exterior
Nova York (AE) – A viagem do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de membros da equipe econômica brasileira aos Estados Unidos é classificada como ?muito positiva? por Mantega. ?Nós pudemos mostrar aos investidores e ao mercado que o Brasil tem um projeto de desenvolvimento que está sendo posto em pratica e já está funcionando?, afirmou em entrevista em Nova York.
Ele chegou na semana passada a Washington para o encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e hoje tem novos encontros com investidores e com agências internacionais de classificação de risco.
?Mostrei as principais características deste projeto de desenvolvimento, qual a estratégia que o governo está utilizando (para implementá-la) e ela foi muito bem recebida. No FMI, que em geral é um pouco parcimonioso para fazer elogios, recebemos elogios eloqüentes. No Relatório de Perspectiva Econômica Global (apresentado pelo Fundo), o Brasil é visto com bom olhos, está no caminho certo?, estimou.
Grau de investimento
Na semana passada, durante o encontro do FMI, o diretor-gerente Rodrigo de Rato reconheceu que o Brasil ?está próximo do investment grade (grau de investimento)?, mas também manteve as recomendações de que o Brasil precisa reduzir a rigidez orçamentária e cortar os gastos correntes.
Em Nova York, ?com os empresários que eu pude conversar, também tive um retorno bom. Eu expus a nossa estratégia e ela não foi questionada? , afirmou. ?Reina um otimismo, o Brasil está sendo visto com bons olhos. Um país que está tendo sucesso e o projeto que o governo está implantando está sendo aprovado?, acrescentou.