A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o governo federal vai lançar um novo conjunto de medidas econômicas nos próximos dias. O anúncio foi feito durante palestra para deputados, prefeitos, sindicalistas e dirigentes empresariais em audiência pública que debateu diagnósticos e alternativas para enfrentar a crise no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, em Porto Alegre.

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Apesar de dar a garantia de que há um elenco grande de medidas novas, Dilma não quis adiantar detalhes do que está sendo preparado em Brasília. “São medidas anticíclicas”, resumiu. “Geralmente elas abrangem a área financeira e pode ser que tenha alguma na área tributária, mas não posso dar garantias antecipadas”, despistou, ao falar para os repórteres, ao final do evento, na Assembleia Legislativa.

No último dia 20, em São Paulo, quando falou sobre o lançamento do plano nacional de habitação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia dito que não seria a única medida do governo com o objetivo de combater os efeitos da crise internacional no País, mas não entrou em detalhes sobre quais seriam as demais ações. “Certamente outras medidas vão ser anunciadas na medida em que vá sendo necessário a gente fazer o ajuste da economia”, disse.

Dilma lembrou que já houve redução de alíquotas do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e admitiu que o governo “considera outras hipóteses”, com a ressalva de que “é muito cuidadoso ao fazer isso”. Para explicar a cautela, destacou que cortes na carga tributária podem afetar a viabilidade dos pequenos municípios porque implicam em redução dos repasses às prefeituras. “Estamos olhando de forma a compatibilizar todas essas questões”, reiterou.

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Repetindo o que havia dito às centrais de trabalhadores na audiência, a ministra confirmou para os jornalistas que a manutenção de empregos é condição à qual setores e empresas que buscam benefícios devem se submeter. “Não é possível fazer financiamento e nem tampouco redução de carga tributária para quem vai desempregar”, ressaltou.

Dilma também identificou o atual momento como o primeiro em que o Brasil está em condições de reduzir a taxa de juros de forma significativa sem que isso resulte em pressão inflacionária. “Você tem um quadro de queda de demanda e um quadro de queda de preços que quase se pode chamar de um quadro deflacionário e, portanto, hoje tem o espaço (para baixar juros)”, avaliou.

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“Esse é o momento em que nós podemos conseguir taxas de juros compatíveis com o nível de robustez institucional que o País tem”, comentou a ministra. “O governo está empenhado nisso”. Dilma lembrou ainda que a taxa básica de juros já baixou 2,5 pontos porcentuais e que a tendência, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom), é de cair ainda mais. “Eu acredito que será feito isso”, afirmou. “Agora, eu não sou do Banco Central, não posso dizer quanto vai reduzir, que hora vai reduzir”.