O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve aceitar a proposta do presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, de retirar a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas chamadas operações de IPO (primeira oferta de ações de uma empresa na Bolsa de Valores). O governo pode ainda aumentar a alíquota do IOF sobre as outras aplicações financeiras caso o dólar se desvalorize ainda mais em relação ao real, segundo apurou a Agência Estado.
Os investimentos financeiros de estrangeiros foram taxados para conter a entrada de dólares e evitar maior valorização do real. Mas os IPOs podem ser poupados do novo imposto para evitar que as empresas percam uma importante fonte de recursos para investimentos. Uma fonte do Ministério da Fazenda revelou que Mantega condiciona a flexibilização de alguns pontos do decreto a um apoio da bolsa à manutenção do IOF nas demais operações.
A taxação dos investimentos ocorre em um momento de forte pressão no câmbio. Em outubro, entraram no Brasil US$ 14,6 bilhões a mais do que os recursos enviados para o exterior – segundo maior resultado mensal em 27 anos. O número foi inflado pela oferta de ações do Banco Santander, mas mesmo sem essa operação o resultado já seria muito alto.
Preocupado com a entrada de dólares e a forte valorização do real, no dia 20 o governo taxou as operações financeiras de investidores estrangeiros. Desde então, a entrada de dólares diária caiu 75%, mas o governo avalia que passado o susto os investidores voltarão a trazer muitos recursos para o País. E, por isso, estuda novas medidas para o câmbio – além de um eventual aumento da alíquota do IOF.