Para cumprir a meta fiscal acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e conseguir a liberação de novos recursos, o governo precisa economizar R$ 3 642 bilhões este mês. Com esse resultado, o superávit primário do setor público – que contabiliza as receitas menos os gastos da União, Estados, municípios e estatais, sem incluir os pagamentos de juros – alcançará os R$ 41 bilhões fixados no novo acordo com o Fundo para o período de janeiro a setembro. Até agosto, o superávit primário soma R$ 37,358 bilhões.
Apesar deste ano, o ajuste fiscal estar sendo cumprido sem a folga registrada nos anos anteriores, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, acredita que não haverá nenhuma dificuldade para cumprimento da meta. ?Estamos dentro do programado e tudo nos assegura que cumpriremos, sem problemas, a meta de setembro e a do ano?, afirma, se referindo ao superávit de R$ 50,3 bilhões previstos para 2002.
Segundo Lopes, a queda nas receitas do governo federal, em função da redução no recolhimento de Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), já verificada em agosto, será compensada este mês pelo pagamento de impostos atrasados do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil Previ. Depois de um briga na justiça, o governo já conseguiu receber cerca de R$ 900 milhões de um total que pode chegar a R$ 1,7 bilhão.
Em agosto especificamente, o superávit primário do setor público somou R$ 4,476 bilhões, esse valor foi puxado pelo desempenho das estatais federais que apresentaram um superávit de R$ 2,220 bilhões, o melhor para o mês de agosto desde 1991. O destaque fica para a Petrobras que lucra com a alta do câmbio. Como tem receitas em dólar, a cotação elevada da moeda estrangeira beneficia a empresa e aumenta o ganho das estatais como um todo. Isso, apesar de as empresas municipais registrarem um déficit de R$ 33 milhões, no mês.