Governo pode usar FSB para investir no exterior

Com o câmbio desfavorável para a economia brasileira, o governo pode retomar a ideia original de usar o Fundo Soberano do Brasil (FSB) para garantir “funding” (fontes de recursos), no exterior, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Por essa estratégia, o FSB compraria dólares no mercado à vista brasileiro e aplicaria o dinheiro no exterior, assegurando recursos necessários ao BNDES para expandir suas operações internacionais.

Além do impacto no câmbio com a maior compra dos dólares, participando do esforço do Banco Central (BC) para conter a valorização do real ante o dólar, essa política teria a função de reforçar o caixa do BNDES, contribuindo para o processo de internacionalização das empresas brasileiras. Essa maior internacionalização ganhou força com a criação do Exim-Brasil, braço do banco para operações de comércio exterior.

Uma das possibilidades é o FSB usar os dólares comprados no mercado à vista para comprar papéis do BNDES emitidos no exterior, como a emissão de notas de até 1 bilhão que o banco está realizando. A estratégia prevê que, numa primeira etapa, os recursos fiquem depositados numa conta de banco no exterior, em aplicações de curtíssimo prazo como a taxa Libor, que é utilizada no mercado interbancário de Londres e serve como principal referência do sistema financeiro internacional.

Numa segunda fase, os recursos seriam destinados para os investimentos, depois de aprovados pelo Conselho Deliberativo do Fundo Soberano do Brasil, composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central.

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