O governo pode obrigar a Cesp a operar a usina de Três Irmãos até que o novo concessionário tenha condições de assumir o controle do empreendimento, segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) André Pepitone.

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“Não é facultada à Cesp essa decisão. Ela não tem a faculdade de escolher se opera ou não. Existe uma portaria que determinou que ela a opere. Se a situação chegar a um extremo, o poder concedente tem a prerrogativa de impor à Cesp que opere a usina”, afirmou.

O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, afirmou nesta segunda-feira, 24, que a companhia enviou ofício ao governo informando que deixará de operar a usina em dia 28 de março, à meia-noite, data em que o empreendimento será leiloado.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que a Cesp não tem o direito de simplesmente abandonar a usina. “Tem que continuar operando”, afirmou. “Não acredito que nenhum agente do setor elétrico, com a responsabilidade que tem, sabendo da importância de uma usina daquele porte, vá adotar postura radical dessas.”

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Segundo Rufino, em várias outras ocasiões em que concessões de usinas venceram sem que houvesse uma decisão final do governo sobre o assunto, a operação foi mantida. “Em nenhum caso o agente deixou de operar até que o outro assumisse.”

O edital de concessão da usina de Três Irmãos prevê a possibilidade de que o novo concessionário opte por um regime de operação assistida nos primeiros seis meses do contrato. Se isso ocorrer, o funcionamento da usina seria dividido entre a Cesp e o novo concessionário, num período de transição.

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