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Governo pega dinheiro emprestado para pagar aposentadoria, alerta Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, alegou na manhã desta quinta-feira, 10 que a reforma da Previdência é fundamental porque o Tesouro Nacional está tomando dinheiro emprestado para cobrir o rombo da Previdência, o que é insustentável. “Precisamos resolver esse problema para não quebrar”, afirmou, em participação no programa “Agora Brasil”, na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Questionado por rádios regionais, Meirelles disse não conhecer especialistas renomados que dizem que não há problema na Previdência. “Os que eu conheço afirmam que as contas da Previdência são insustentáveis e por isso é preciso que seja feita a Reforma”, disse.

O ministro lembrou que já foram feitas mudanças no texto da reforma para garantir condições especiais para diversas categorias. “O tempo médio de aposentadoria do Brasil é um dos mais baixos do mundo, com 59 anos. É uma situação em que é bom todos se aposentarem mais cedo, mas não tomando dinheiro emprestado e com risco de que no futuro nem todos possam receber a aposentadoria”, avaliou.

Ele também foi questionado sobre as diferenças regionais para os trabalhadores. “Mas, se cada região ou cidade tivesse uma idade de aposentadoria, entraríamos numa guerra nacional, nenhum país adota isso. É preciso ter uma média nacional equilibrada”, respondeu.

Meirelles também destacou que os trabalhadores rurais se aposentarão com idade menor que a dos trabalhadores urbanos. “Precisamos assegurar ao homem sofrido do campo que ele vai ter sua aposentadoria garantida”, concluiu.

Crescimento

O ministro também disse que nos últimos anos o governo gastou excessivamente, o que causou um aumento da desconfiança e levou empresas a promoverem demissões.

“Agora o Brasil já saiu do fundo do poço, já estamos crescendo. O importante é que a recessão já ficou para trás. O Brasil já cresceu no primeiro trimestre e vamos entrar em 2018 crescendo a um ritmo de 3% ao ano”, afirmou.

Segundo Meirelles, o País está pagando o preço da recessão e por isso o governo precisou tomar “medidas duras”. “Mas é uma questão de tempo até que o emprego volte a crescer”, projetou.

Para Meirelles, o poder de compra do brasileiro caiu recentemente porque a inflação chegou a 10% nos anos anteriores. “Com a inflação caindo agora, ela deixa de corroer os salários dos trabalhadores”, disse.

Para o ministro, a reforma da Previdência será mais um fator para a retomada da confiança e, consequentemente, do crescimento econômico.

Juros

Henrique Meirelles disse, ainda, que a taxa Selic tem que refletir uma necessidade, ou seja, tem que ser suficiente para que a inflação caia. “O Banco Central vai baixar a taxa de juros até onde é possível, até onde o Brasil tem condições de chegar com a economia atual”, afirmou no programa “Agora Brasil”, na sede da EBC.

Segundo ele, o caminho para ter inflação menor e taxa de juros menor passa pela redução dos gastos públicos. “Aonde o Banco Central irá chegar esse ano, precisamos esperar que eles Copom decidam. Mas, para os próximos anos, temos que garantir que haja condições para juros menores com inflação na meta”, concluiu.

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