O chefe do gabinete de ministros, Alfredo Atanasof, negou hoje que o governo esteja analisando a implementação de um ?Plano B? caso não consiga um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo Atanasof, um dos braços-direitos do presidente Eduardo Duhalde, a Argentina não precisa de um plano alternativo, já que ?recebeu um sinal positivo? sobre um eventual acordo com o FMI.
O sinal em questão foi o anúncio, na véspera, de que o Fundo permitia a rolagem da dívida de US$ 2,7 bilhões que a Argentina possuía com o organismo financeiro e que vencia no dia 9 deste mês.
Nos últimos dias, foram intensos os comentários extra-oficiais indicando que o governo estava analisando a possibilidade de um ?Plano B?, inspirando-se na Malásia, país que desde 1987 prescinde do FMI.
Apesar dos desmentidos, dentro da Casa Rosada, a sede do governo, e o ministério, a alternativa de uma saída ?à Malásia? e ?se virar sozinho? não é descartada.
No entanto, o ?Projeto Malásia? enfrenta oposição dos economistas do establishment. ?Em termos reais, virar-se sozinhos é uma loucura?, exclamou o economista Carlos Melconian um dos expoentes da Fundação de Investigações Econômicas Latino-americanas (Fiel). ?Até os países mais pobres do planeta ou aqueles que possuem um pouco de cérebro sabem que não dá para fazer isso?, sustentou.
As relações entre a Argentina e o organismo financeiro estão em um nível de tensão não visto desde os anos 80. O economista-chefe da Fundação Mediterránea, Guillermo Mondino, considera que o FMI ?jamais assinará um acordo com a Argentina se não puder garantir que esse acordo possibilitará que os seis meses posteriores sejam melhores que os atuais. E essa, é uma coisa que não dá para saber no momento?.