Governo não ?inflou? os investimentos

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Ministro Mantega: pacote cambial sai na semana que vem.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rejeitou as críticas de que o governo inflou os dados sobre os investimentos públicos. Segundo ele, não existe artificialismo nas informações do Tesouro Nacional. ?O estudo de investimentos está rigorosamente correto. Andaram falando um monte de bobagens por aí, que tínhamos inflado. Usamos exatamente a mesma metodologia, que é de 1964, com modificação feita em 1995?, afirmou ontem o ministro.

Mantega reiterou que o governo não mudou nenhum critério e está seguindo exatamente as regras que foram estabelecidas pelos governos anteriores. Ele insistiu que se esses critérios possuem falhas, elas já existiram durante todo o tempo. ?Se inflaram alguma coisa, inflaram em vários momentos, e não foi agora?, disse. Questionado se o governo poderia mudar os critérios, respondeu: ?Nós podemos fazer um estudo?.

Ele reafirmou que é falsa a avaliação de que o governo inflou os dados sobre investimento e repudia as críticas. ?É uma má interpretação e uma má vontade de quem fez esta avaliação?, destacou. E completou: ?A execução é rigorosamente dentro da lei. Agora, se isto causa alguma superestimação (dos números) é uma questão de analisar se a metodologia que está em vigor há muito tempo é a melhor ou não. Podemos até vir a discutir isso e mudar a metodologia de forma explícita e clara. Mas eu não vou mudar a metodologia só porque tem gente dizendo que agora está inflado. Se está inflado agora, estava inflado em 2001, em 2000 e em várias ocasiões?.

Pacote cambial

O ministro da Fazenda confirmou ontem que o governo estuda a possibilidade de continuar cobrando a CPMF, mesmo daquelas receitas dos exportadores que não forem internalizadas. ?Esta tentativa está sendo feita. Não queremos perder arrecadação?, disse o ministro, em rápida entrevista ao chegar ao Ministério da Fazenda, na qual falou sobre o pacote de medidas cambiais que deverá ser anunciado apenas na semana que vem.

No pacote, o governo vai suspender a cobertura cambial de parte das exportações. Mas não quer perder receita com a arrecadação da CPMF incidente sobre os dólares que deixarão de retornar ao País com a suspensão. Questionado se essa possibilidade de cobrança da CPMF poderia causar problemas jurídicos, Mantega respondeu: ?É para isso que são pagos técnicos, para descobrir essas soluções, de modo a não deixar problemas jurídicos?.

O ministro reconheceu que essa questão é uma dificuldade na elaboração do pacote. ?Não queremos perder receitas. Queremos diminuir determinados custos de intermediação financeira para os exportadores, mas a CPMF queremos continuar arrecadando?, afirmou. Ele disse ainda que, se a cada medida que fizer, o governo abrir mão de arrecadação, ?daqui a pouco os cofres públicos estarão debilitados e o governo terá dificuldade em cumprir as metas de superávit primário?.

Mantega descartou a possibilidade de as medidas cambiais serem aplicadas setorialmente. A assessoria do ministério descartou o anúncio das medidas esta semana. Elas deverão ser anunciadas apenas após o retorno da viagem do ministro a Córdoba, na Argentina, para onde ele embarca hoje.

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