Brasília
– O governo não atenderá à pressão dos servidores públicos por reajuste salarial de 127%, que cobriria os índices de inflação não incorporados nos últimos nove anos. “Não é possível atender reivindicação dessa magnitude”, disse o ministro do Orçamento, Planejamento e Gestão Guido Mantega. Ele comprometeu-se, diante do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, e do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, a apresentar na terça-feira os critérios e índices de reajuste diferenciados por categoria.Mantega disse, também, que levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o pedido da CUT, feito ontem, para que seja dado tratamento isonômico entre os ativos e inativos. Uma vez que acabou a paridade, a CUT quer reajuste para os inativos o mais próximo possível do índice de inflação.
O ministro explicou que isso não está contemplado na proposta. Segundo Mantega, o governo dispõe de R$ 1,5 bilhão para o reajuste, além dos R$ 900 milhões gastos com a reestruturação das carreiras. Outros R$ 500 milhões foram alocados para aumentar o vale-alimentação e para a assistência à saúde.
Acima da inflação
A principal reivindicação foi o aumento de recursos para o reajuste do funcionalismo, pois Marinho considerou “insuficiente” a verba disponibilizada. O ministro garantiu que os recursos disponíveis são suficientes para concessão de reajuste acima da inflação para a esmagadora maioria do funcionalismo. Ele explicou que o governo não dará reajuste linear e que as categorias contempladas com a reestruturação terão percentual mais baixo de aumento nos salários.
Mantega alegou ainda não dispor do percentual específico de reajuste para cada categoria, mas assegurou que, em alguns casos, supera os 20%. A inflação acumulada no último ano foi de 9,3%. Caso o governo optasse por reajuste linear para 1,3 milhão de servidores, o aumento seria de 2,6%.