Governo mantém meta de superávit fiscal de 1,2% do PIB para 2015, diz Maciel

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou nesta terça-feira, 10, que o governo continua trabalhando com a meta de superávit fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015 e de 2% para 2016. Segundo ele, as condições para atingir esses objetivos estão colocadas nas recentes medidas de ajuste anunciadas pelo governo, tanto do ponto de vista tributário como do corte de despesas.

Em coletiva de imprensa após a apresentação do Boletim Regional Trimestral, na capital gaúcha, Maciel afirmou que o ajuste que vem sendo perseguido é um componente “essencial” na mudança de ambiente macroeconômico e trará confiança para uma série de segmentos, contribuindo para o aumento dos investimentos na economia. “(O ajuste) tem custo de curto prazo, mas resultará em benefícios de longo prazo”, disse.

Crescimento sustentável

Maciel afirmou ainda que a experiência internacional e a teoria econômica apontam inflação baixa e estável como precondição para o crescimento sustentável. Nesse sentido, segundo ele, para a experiência brasileira isso mostra que “o caminho da prosperidade passa por taxas de inflação mais baixas”. Maciel citou que a inflação elevada diminui a confiança, encurta o horizonte de planejamento, deprime os investimentos e o crescimento econômico. Também reduz o emprego e, portanto, a renda e o consumo.

Em outro momento, ele afirmou que a expectativa para o PIB de 2014 é de um avanço do consumo, mas em taxa inferior à observada em 2013. De acordo com Maciel, o menor ritmo de expansão dos setores de comércio e serviços ajuda a explicar a moderação da economia. Outro fator citado por ele foi o mercado de trabalho, que vem criando menos vagas que em períodos anteriores.

Maciel afirmou que o BC espera uma contribuição de 0,1 ponto porcentual do setor externo no resultado do PIB em 2014. Segundo ele, apesar de não se tratar de uma taxa “muito significativa”, seria a primeira contribuição positiva do setor externo desde 2005, quando houve uma contribuição de 0,5 p.p.

Inflação

O chefe do departamento econômico do BC disse também que a alta da inflação em janeiro se deveu a pressões sazonais e ao aumento dos preços monitorados.

Ele citou a variação de 7,14% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro de 2015, no acumulado de 12 meses. De acordo com os dados apresentados pelo BC, em janeiro de 2014 a inflação em 12 meses era de 5,59%.

Segundo Maciel, esse comportamento da inflação pressionada no início de 2015 é comum a todas as regiões brasileiras.

Renda

De acordo com o Boletim Regional do BC, a maior participação da renda no valor adicionado da economia levou a repasses de preços no trimestre encerrado em novembro. “A evolução do indicador que relaciona rendimentos médio do trabalho e valor adicionado por trabalhador. Os rendimentos do trabalho aumentaram, de 2003 a 2014, em todas as regiões, oscilando de 17% no Sudeste a 40% no Centro-Oeste”, diz o documento.

Em linhas gerais, afirma o BC, “na amostra analisada neste boxe, identificaram-se trajetórias crescentes para o salário mínimo e o rendimento médio real do trabalho, em todas as regiões”.

As elevações reais dos rendimentos do trabalho não têm sido acompanhadas, na indústria, por aumento do pessoal ocupado, sugerindo – conforme a analise das elasticidades – que aumentos reais do salário mínimo foram responsáveis, em parte, pelo crescimento da participação dos rendimentos do trabalho no valor adicionado. “Por fim, plausível afirmar que os aumentos de custo de mão de obra ao menos em parte foram repassados aos preços”, afirma o Boletim.

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