A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda admitiu nesta terça-feira (20) pela primeira vez que a inflação oficial de 2008 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará acima do centro da meta de 4,5%. As projeções de parâmetros econômicos, divulgadas como parte do relatório de avaliação de receitas do segundo bimestre, apontam 4,74% no fim do ano.

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Com a alta da inflação, setores do governo já começam a querer que o Banco Central explicite que vai perseguir uma inflação de 5%, em vez de 4,5%. O mecanismo, chamado de "meta ajustada", já foi usado no passado pelo próprio governo Lula. Trata-se de uma tese que divide opiniões, mas ocorre em momento oportuno: em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para ratificar ou não a meta de 4,5% para 2009 e definir a de 2010 – ano de eleições presidenciais no País.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, não entra na polêmica nem cede a argumentos de que poderia explicitar que já não está mirando a inflação de 4,5% este ano. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que "desconhece a discussão". "Os assuntos de política monetária são tratados em reuniões do Copom e comunicados pelas atas das reuniões do Copom.

Taxa de juros

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O relatório da SPE eleva de 11,34% para 12,28% ao ano a projeção da taxa média de juros em 2008, mas mantém em 5% a previsão de expansão da economia.

Hoje, Lula reúne os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Agricultura, Reinhold Stephanes, da Casa Civil, Dilma Rousseff, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e integrantes da Embrapa para discutir a alta dos alimentos. A idéia é levantar opções ao aumento da produção e reverter os gargalos que impedem um salto maior na produção agrícola, prevista em 142,6 milhões de toneladas este ano.

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