Na toada de adiantar tudo o que for possível até o dia 11 de maio, data prevista para a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, o governo publicou ontem a inclusão, no Programa Nacional de Desestatização (PND), dos 16 trechos de rodovias que pretende conceder à iniciativa privada. Agora, só falta combinar com o mercado.
Seja com Dilma Rousseff ou com Michel Temer na Presidência, o fato é que grande parte das ofertas de concessões de estradas planejadas pelo governo terá de sofrer uma forte revisão de modelo para sair do papel.
“O modelo atual de concessão está esgotado. Os melhores trechos já foram repassados à iniciativa privada. Se continuarmos com as mesmas regras, teremos pedágios com preços inviáveis, e a população tem reagido a isso”, diz Carlos Campos, economista e especialista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os 16 trechos de estradas foram anunciados pelo governo em junho de 2015, mas até hoje não foi possível leiloar nem um trecho sequer. O cronograma original previa cinco leilões de rodovias em 2015 e outros 11 este ano. Nenhum aconteceu.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está com dois editais prontos para licitar a chamada Rodovia do Frango, em Santa Catarina, e a BR-163, no Pará. Será preciso aguardar, porém, o desfecho político do País. Nos últimos meses, as duas estradas tiveram suas propostas completamente alteradas para tentar despertar o interesse dos investidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.